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Depois das grifes de luxo, marcas populares são alvo de pirataria

Depósito em São Paulo vende cópias de roupas de etiquetas nacionais consumidas por classes B e C

Dados da Federação do Comércio de São Paulo mostram que setor de moda perde R$ 6 bilhões por ano com réplicas

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

A marca catarinense Dudalina acaba de comemorar com liquidação a meta de 50 milhões de camisas vendidas em cem lojas. Carro-chefe da empresa, a peça faz sucesso entre as classes B e C.

Ao mesmo tempo, na sobreloja de um shopping de produtos falsificados que funciona no centro de São Paulo, a vendedora K. diz vender, por ano, 72 mil réplicas de camisas com a etiqueta da marca. Cada uma custa R$ 45, quando a peça original custa em média R$ 200.

A Dudalina engrossa a lista de marcas nacionais dessa faixa de mercado que nos últimos dois anos têm sido alvo de falsificações. Ao todo, segundo a Federação do Comércio paulista, a moda no país perde R$ 6 bilhões por ano com pirataria.

Se há cinco anos as réplicas de grifes internacionais como Louis Vuitton, Lacoste e Ralph Lauren eram as mais procuradas, agora as cópias de óculos escuros da Mormaii e da Evoke, dos jeans Cavalera e das camisas Dudalina também estão entre as mais vendidas, segundo o Fórum Nacional de Combate à Pirataria e também conforme conversas com revendedores do Box 31, ponto no primeiro andar de um prédio azul na rua 25 de Março, na região central de São Paulo.

No lugar, atua um "puxador", encarregado de conseguir novos clientes dispostos a comprar vestuário pirata no atacado. Ele fica parado em um banco da rua esperando lojistas interessados. "Só encontra quem procura de verdade", diz ele.

"Agora, a Aramis [marca de moda masculina] é a novidade. Estão pedindo muito porque [os apresentadores] Celso Portiolli e Rodrigo Faro estão usando", diz a empresária S., do Box 31.

Num espaço com pouco mais de 6m² ela estoca pelo menos 500 réplicas de camisas de marcas brasileiras em diferentes tamanhos. No corredor da mesma sobreloja, concorrentes vendem bonés, tênis, calças e camisetas.

"Se levar mais de seis calças Cavalera posso dividir no cartão. Mais de cem, posso tentar fazer preço especial", diz F. em outro box.

Segundo o chefe da Divisão de Repressão e Combate ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, Alan Towersey, esses revendedores são "soldadinhos rasos" do crime organizado.

"Hoje focamos nossa ação nas estradas e em lugares distantes do centro, onde as apreensões de peças chegam a encher um caminhão."

Após a reportagem se identificar, vendedores do depósito clandestino se recusaram a falar. Entre as marcas, só a Dudalina atendeu aos pedidos de entrevista.


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