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Flip 2014

Festival termina em protesto indígena

Líder ianomâmi Davi Kopenawa acusa governo de Roraima e muda estilo da mesa final, a mais tradicional do evento

No último debate, oito autores escolhem livros favoritos; seleção foi de padre Antônio Vieira ao homenageado, Millôr

MARCO RODRIGO ALMEIDA ENVIADO A PARATY (RJ)

A mesa Livro da Cabeceira é a mais tradicional da Festa Literária Internacional de Paraty. Último evento da programação, reúne autores para que leiam trechos de suas obras favoritas.

Nesta edição da Flip, a amenidade costumeira da mesa final foi substituída pelo tom grave do protesto político feito pelo líder indígena Davi Kopenawa.

Antes de embarcar para o evento em Paraty, Kopenawa apresentou à Polícia Federal em Boa Vista (RR) denúncia de que vem sofrendo ameaças de morte. No encerramento, ele lançou acusações contra a polícia, o governo de Roraima e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

"O filho de Jucá mora em Roraima. Ele manda os garimpeiros entrarem na terra ianomâmi, na minha terra", disse. "A polícia de Boa Vista, o governador de Roraima estão deixando acontecer as ameaças."

Procurada neste domingo (3), a assessoria de imprensa do governo de Roraima afirmou que não poderia comentar as acusações porque o governador, Chico Rodrigues (PSB), estava em viagem, sem sinal de telefone, sendo impossível contatá-lo.

A reportagem não conseguiu contato com o senador Romero Jucá (PMDB) até a conclusão desta edição.

PREFERIDOS

Antes do protesto, os participantes da mesa apontaram livros que levariam para uma ilha deserta. A sessão foi apresentada pela britânica Liz Calder, fundadora da Flip.

O jornalista americano Andrew Solomon leu poema da conterrânea Elizabeth Bishop (1911-1979). O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro elegeu um sermão do padre Antônio Vieira.

O israelense Etgar Keret escolheu "Matadouro 5", do americano Kurt Vonnegut (1922-2007). Brincou com o formato da mesa: "Passar o microfone de mão em mão é o mais perto que chegamos de um baseadinho".

Fernanda Torres declamou a crônica "A Última Vez que Vi Rubem Braga", de Millôr. A argentina Graciela Mochkofsky escolheu o romance "A Condição Humana", de André Malraux (1901-1976).

O suíço Joël Dicker escolheu "Ratos e Homens", de John Steinbeck (1902-1968).

Já o mexicano Juan Villoro brincou que preferiria levar para uma ilha um livro que o ajudasse a fugir de lá. Elegeu "Lolita", de Vladimir Nabokov (1899-1977). Marcelo Rubens Paiva encerrou com "O Grande Gatsby", de Scott Fitzgerald (1896-1940).


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