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Espetáculo estilhaça Marilyn Monroe em três pedaços no palco

Em cenário vermelho, trinca de atrizes vive embate entre a mulher Norma Jean e o mito em que ela se transformou

Intérpretes se revezam nas duas personagens durante a encenação, criada a partir de livro de fotografias da atriz

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um livro de fotos de Marilyn Monroe foi decisivo na construção de "Tempos de Marylin", espetáculo de Sérgio Roveri que estreou nesta terça (5) em São Paulo, sob direção de José Roberto Jardim.

Na busca por uma abordagem diferenciada deste mito incansavelmente revisto ao longo do tempo, o dramaturgo se viu surpreso com a distância entre as imagens da infância, adolescência e do primeiro casamento da estrela que nasceu Norma Jean em relação às demais, as quais alimentavam a imagem de Marilyn Monroe.

"Foi um choque. Norma Jean nasceu uma pessoa e morreu outra, houve uma cisão irreversível em sua vida", conta o dramaturgo, que resolveu centrar seu texto na divisão dessa mulher.

A trama fragmentada e escrita em um único fluxo, sem definir falas de personagens, se localiza na última noite de vida da estrela. Norma Jean surge para cobrar seu espaço dentro de Marilyn Monroe.

O acerto de contas acontece sob um tapete vermelho, um palco/passarela que parece brotar do céu: nasce das paredes e percorre toda a lateral do teatro.

Bia Borin, Débora Vivan e Priscila Oliveira se apropriam das falas das duas personagens, embrulhadas em belos vestidos vermelhos, movendo-se de forma quase imperceptível, como manequins.

Revezam-se entre Marilyn Monroe e Norma Jean, sublinhando o fato da primeira ser uma intrusa na vida da segunda, um produto estranho fabricado artificialmente. "A imagem de Marilyn é tão conhecida quanto a embalagem da Coca Cola e o logotipo do McDonald's", diz Roveri.

Em sua quarta parceria com o dramaturgo, Jardim dedica-se a construir uma paisagem sonora heterogênea com as vozes das atrizes. Na empreitada, serve-se também do fluxo aparentemente aleatório das luminárias que pendem do teto ao longo de todo o tapete vermelho mudando de intensidade a todo o instante.

"Trabalhei o texto para que todas as falas nele presente fossem fluxos e disparos do inconsciente de uma única pulsão feminina", conta o encenador.

"Tempos de Marilyn" mal estreou no Brasil e já prevê voo internacional. A atriz italiana Giusi Merli, que integrou o elenco do filme "A Grande Beleza", tem planos de interpretar o texto de Roveri nos palcos de seu país, no formato de monólogo.


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