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Marca de cerveja lança selos musicais com produtores fortes
Pretexto de fabricantes de bebida é alavancar a cena cultural
Três selos musicais foram lançados nesta madrugada pela Skol. Buuum ("bass music"), Tralalá (indie) e Ganzá (eletrônico) estão sob a batuta de produtores de renome: Zegon, Carlos Eduardo Miranda e Dudu Marote, respectivamente.
A bebida da Ambev se soma a uma lista de marcas que criaram, fora do país, gravadoras privadas com o pretexto de alavancar a cena musical. É o caso da Red Bull Records, da Green Label (do refrigerante Mountain Dew) e da Hard Rock Records.
"É uma forma de criar vínculo com o público, para que ele lembre e assimile as mensagens da marca de um jeito mais legal", afirma Coy Freitas, diretor geral do projeto brasileiro que faz parte de uma plataforma focada em música. O negócio, Skol Music, inclui patrocínio a festivais, uma rádio, um portal (skolmusic.com.br) e um aplicativo (Soundspot).
Com o selo Tralalá, Miranda, que já produziu de Raimundos a Gaby Amarantos, diz que pretende resgatar o verdadeiro significado do indie, que, segundo ele, hoje virou sinônimo de "um tipo de rock, de um tipo de banda que usa um tipo de calça, camisa, tênis e barba".
É uma parceria de longo prazo que pretende produzir, lançar e distribuir discos. Segundo a marca, tudo com verba de marketing (não revelada), sem abatimento fiscal ou lei de incentivo.
Com o projeto, a Ambev estende seus tentáculos no mercado jovem, que incluem patrocínios esportivos e de entretenimento. A ideia é funcionar como curadoria que segue uma linha estética, a exemplo da Sub Pop Records, de Seattle (EUA), que lançou o grunge. Agora, se os selos terão personalidade de fato, são outros quinhentos.
