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'Observatório da Imprensa' faz série sobre ombudsman

Com oito episódios que tratam da função, programa estreia hoje na TV Brasil

Folha foi o primeiro jornal brasileiro a implantar o cargo de representante do leitor, em setembro de 1989

DE SÃO PAULO

O programa "Observatório da Imprensa" inicia nesta segunda (18) uma série sobre o cargo de ombudsman no jornalismo brasileiro, que completa 25 anos em setembro.

"Ombudsman" é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Na imprensa, o termo é utilizado para designar o representante dos leitores num jornal.

A função de ombudsman de imprensa foi criada nos EUA, nos anos 1960. No Brasil, a Folha foi o primeiro jornal a adotá-la. Em 24 de setembro de 1989, passou a publicar semanalmente a coluna de seu ombudsman.

Entre suas atribuições estão receber, investigar e encaminhar queixas de leitores; realizar a crítica interna e, uma vez por semana, aos domingos, produzir uma coluna de comentários críticos sobre os meios de comunicação.

Intitulada "A Voz dos Ouvidores", a série do "Observatório da Imprensa", terá oito programas. Em cada um deles, o jornalista e apresentador Alberto Dines entrevista dois convidados.

A estreia é com Caio Túlio Costa, primeiro ombudsman da Folha, e Vera Guimarães Martins, no cargo desde maio. Até hoje, 11 jornalistas já ocuparam o posto no jornal.

Com exceção de Renata Lo Prete, que não pode participar por problemas de agenda, os outros dez falarão ao novo programa: Mario Vitor Santos, Junia Nogueira de Sá, Marcelo Leite, Bernardo Ajzenberg, Marcelo Beraba, Mário Magalhães, Carlos Eduardo Lins da Silva e Suzana Singer.

Também serão entrevistados dois representantes do jornal cearense "O Povo" (o biógrafo Lira Neto e a jornalista Daniela Nogueira), que mantém o cargo há 20 anos.

Completam a lista o cineasta Jorge Furtado (diretor do documentário sobre jornalismo "O Mercado de Notícias") e o ator e roteirista Fábio Porchat, apresentador do programa "Tudo pela Audiência".

'ATO CIVILIZADOR'

"O ombudsman exerce uma função importantíssima no jornalismo e na sociedade. Digo até que é um ato civilizador", diz Alberto Dines.

Mário Magalhães avalia que a função ficou ainda mais importante hoje, no mundo do excesso de informação.

"Meu período foi muito rico [2007-2008]. Achei que tinha muito a dizer sobre o jornalismo. Depois, constatei o quanto tinha a ouvir e a aprender com os leitores."

Segundo Carlos Eduardo Lins da Silva, "é um trabalho solitário". "Para manter a independência, preferi me afastar fisicamente da Redação, evitava me encontrar com pessoas do jornal. Mas nunca tive problemas com os colegas."

Lins da Silva teme pelo futuro do ombudsman. "Com a crise financeira de muitos veículos, os gestores podem achar que é um luxo masoquista ter alguém contratado para criticar o jornal o tempo todo. É louvável que a Folha mantenha o cargo até hoje."

Entre os jornais impressos, apenas a Folha e "O Povo" contam com ombudsman.

"A imprensa brasileira não tem tradição de grande transparência. Há uma noção errada de que a crítica pode fragilizar o veículo, mas vivemos um momento em que as redes sociais criticam a mídia a todo instante. Os jornais acabarão tendo uma postura mais aberta", diz Suzana Singer, hoje editora de Treinamento da Folha.


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