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Em feira, fotógrafos aderem à moda de fazer peças únicas

Na contramão da tecnologia, artistas querem devolver aura de raridade a imagens que deixam de ter edições

Oitava edição da SP-Arte/Foto começa hoje com destaque para fotos de tiragens baixas e preços mais elevados

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Em tempos de imagens cada vez mais descartáveis, nada parece mais antiquado do que falar em aura de uma obra de arte. Mas artistas contemporâneos estão tentando devolver a sensação que se perdeu de estar diante de algo raro ao criar impressões únicas de suas fotografias.

Na contramão da revolução digital, artistas que mostram seus trabalhos agora na oitava edição da feira SP-Arte/Foto, no shopping JK Iguatemi, falam em "ressacralizar" o contato com a obra.

Uma delas é a "gigantografia" de Rodrigo Petrella --a visão de uma floresta que ocupa uma parede inteira do estande da galeria Paralelo só existe em cópia única, ao contrário de edições que podem chegar até as centenas no mercado da fotografia.

"Tudo ficou fácil e banal com a tecnologia, mas assim se torna uma visão única", diz Petrella.

Fotógrafo badalado do cenário atual, Caio Reisewitz também aderiu à moda da cópia única. "É legal por dar à fotografia um caráter exclusivo", diz. "Nas colagens que faço, não existe negativo. É uma peça feita à mão."

Ou seja, uma obra que pode custar mais caro. Quanto maior a tiragem de uma fotografia, menor o seu valor de mercado. Mas a concorrência cada vez mais acirrada por novos colecionadores vem fazendo galeristas e artistas buscar novos meios para tornar até algo passível de reprodução em artigo raríssimo.

VINTAGE

É o caso da galeria Luciana Brito, que concentrou suas forças em impressões vintage --aquelas ampliadas pelo próprio artista em vida-- de clássicos modernistas como Thomaz Farkas, Geraldo de Barros e Gaspar Gasparian e peças únicas ou raras de contemporâneos, como Regina Silveira e Marina Abramovic.

Um painel de imagens da artista sérvia na famosa performance "Art Must Be Beautiful", aquela em que se despenteia gritando que a arte deve ser bela, é uma das peças mais caras da feira, chegando a R$ 200 mil por ser a última de uma edição de três.

Na outra ponta do mercado, há obras na faixa dos R$ 1.000, essas com tiragens maiores, já que o grosso do mercado ainda não entrou na moda das peças únicas.

"É legal isso, mas não temos essa política", diz Lucas Cimino, da galeria Zipper. "Como a gente trabalha com artistas jovens, nossa ideia é disseminar o trabalho deles."

Um deles é João Castilho, nome que despontou nos últimos anos e tem forte presença na feira. Outro destaque, com obras de até R$ 150 mil, é o estande da Leme, com fotos imensas dos alemães Candida Hofer e Frank Thiel.


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