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João Donato chega aos 80 com maratona de festejos
Programação inclui shows no interior do Estado e no Sesc Vila Mariana
Marina de La Riva e Mônica Salmaso são alguns dos convidados do músico para as três apresentações em SP
João Donato diz que tinha oito ou nove anos quando viu um caboclo descendo o rio Acre numa canoa e assoviando uma melodia. Nunca se esqueceu dela, que virou o início de "Lugar Comum", um de seus sucessos.
Tendo completado 80 anos no último domingo (17), o pianista e compositor diz que mantém na cabeça os sons e as impressões da infância em Rio Branco, assim como um jeito menino de levar a vida.
"Sinto esses 80 como se fossem oito. Estou distraído, despreocupado. Não há por que prestar atenção a tudo, a todas as notícias. Nem é que eu não goste de resolver problemas. Eu não gosto de ter problemas", diz ele.
Essa persistente jovialidade lhe permite participar da maratona de festejos.
Na quarta-feira (20), iria ao Circo Voador, no Rio, com Caetano Veloso e outros. Nesta sexta (22) é em Valinhos (interior de São Paulo), no Festival Etapa de Música e Arte. Na próxima semana, são três shows no Sesc Vila Mariana com convidados jovens.
"Não sou muito sério. As pessoas se sentem confortáveis comigo, tanto os jovens como os idosos. Os nenéns são os meus prediletos", diz ele.
Cultuado por canções como "Bananeira" e por discos como "Muito à Vontade", Donato assegurou um lugar incomum na música brasileira, por seu piano muito rítmico e pela combinação de elementos afrocaribenhos com a bossa nova (da qual é um dos precursores) e o jazz.
Com sua formação básica atual -- Luiz Alves (contrabaixo), Robertinho Silva (bateria) e Ricardo Pontes (sax e flauta)-- acabou de fazer uma turnê europeia, passando por Finlândia, Rússia e Romênia.
Em setembro, gravará dois discos para o Japão. Agora, está lançando outros dois: "Live Jazz in Rio Vol. 1 e Vol. 2". Também fará um com seu filho Donatinho. Em outubro haverá exposição em sua homenagem em Brasília. E em 2015 será tema de documentário de Tetê Moraes.
