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Artista elogia público que cobriu obra com chiclete

Douglas Coupland diz que se surpreendeu com criatividade das intervenções

Escultura, que foi inaugurada no Canadá em maio deste ano, está em exposição no CCBB de São Paulo até outubro

ANDRÉ BARCINSKI ESPECIAL PARA A FOLHA

Antes de se tornar um escritor mundialmente conhecido com seu romance de estreia, "Geração X "" Contos para uma Cultura Acelerada" (1991), o canadense Douglas Coupland, 52, era designer e artista plástico.

Hoje, ele se divide entre a literatura -- em 2013 lançou o 14º romance de uma obra que lida, basicamente, com temas como o futuro, o impacto da tecnologia e do consumismo-- e as artes plásticas.

Nessa última seara, duas de suas obras fazem parte da mostra "Ciclo", no CCBB de São Paulo. A mais chamativa é "Gumhead" ("Cabeça de Chiclete"), uma escultura imensa de sua própria cabeça, que ele pede ao público que cubra de chiclete.

Uma primeira versão da obra foi exposta no Canadá, em maio, e o resultado da interferência dos espectadores, segundo o artista, foi surpreendente. "Esperava que fosse interessante, mas não bonito. Ficou bonito demais."

Coupland elogia a criatividade do público que coloriu os olhos e adicionou sobrancelhas. "Antes de começarem a cobrir a escultura de chiclete, ela parecia muito o Lênin."

O artista conta que teve a ideia da obra há cerca de seis anos, quando realizou um projeto dando chiclete a 40 mil estudantes canadenses, para que eles construíssem uma torre de chiclete. "Faço muito trabalho em museus e escolas de arte e lido com a questão da descaracterização em todas as suas formas. Acho fascinante o que acontece quando o id' é liberado em um objeto superpúblico."

Perguntado sobre como espera que o público brasileiro, que só o conhece por livros, reagirá a "Gumhead", Coupland diz: "Tudo o que você pretende conseguir por meio da arte é expandir a noção do espectador do que é possível". E compara a reação imediata e instintiva da arte à reação causada por um livro: "Livros existem no tempo, e arte existe no espaço. Você precisa ler um livro inteiro, mas eu saco' uma pintura em três segundos. As sensações são muito diferentes. Escrever um livro me coloca num transe que dura de 24 a 36 meses".


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