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Fantasia carioca

Cidade de clichês e sonhos retratada nos dez curtas de 'Rio, Eu Te Amo' tem cantora que voa e garçom-vampiro

LUIZA FRANCO DO RIO

Você tem 48 horas para gravar um curta de cerca de sete minutos que se passe no Rio, reflita o espírito da cidade e fale sobre o amor.

Foram essas as instruções aos diretores de "Rio, Eu te Amo", que estreia nesta quinta (11). Terceiro filme da franquia "Cities of Love", que já teve "Paris, Je T'aime" (2006) e "New York, I Love You" (2008), "Rio" segue a proposta de reunir cineastas de vários cantos do mundo para filmar uma cidade icônica. Desta vez, são dez episódios, quatro dirigidos por brasileiros.

E o que acontece quando se convidam diretores gringos para fazer um filme sobre uma cidade que muitos deles mal conhecem? O resultado é variado, mas uma coisa é certa: o Rio levou alguns ao delírio, quase literalmente.

No filme do australiano Stephan Elliott, de "Priscila, a Rainha do Deserto" (1994), uma escalada do Pão de Açúcar termina com uma aparição de Bebel Gilberto voando e cantando bossa nova.

O roteiro é baseado na história real de Elliott. Em 1994, ele subiu o Pão de Açúcar com quem viria a ser seu parceiro de 20 anos. "Lá em cima, havia uma banda tocando no pôr do sol, e a cantora era uma mulher linda, de branco. Mais que surreal."

Já o coreano Sang-soo Im olhou para os garçons do Bar Luiz, tradicional restaurante do centro, e viu vampiros. Fernando, vivido por Tonico Pereira, é um vampiro apaixonado por uma moradora da favela do Vidigal.

Mais comedidos, os diretores brasileiros também pintam um Rio colorido.

Andrucha Waddington escolheu contar a história de Dona Fulana --vivida por Fernanda Montenegro--, moradora de rua por opção. A personagem é baseada num mendigo real que vivia no Leblon.

"Na pesquisa para o filme, vimos que muitos moradores de rua não querem voltar para casa. É quase um ato anárquico", conta o diretor.

CARTÕES-POSTAIS

Os episódios são amarrados por imagens aéreas que mostram à exaustão os ícones do Rio: as praias, o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a lagoa Rodrigo de Freitas.

Vicente Amorim foi o diretor escolhido para criar uma história que interligasse todos os episódios. A saída? Um taxista falante, figura reconhecível por qualquer turista.

O mais perto que se chega de mostrar o lado B carioca é o episódio de José Padilha, de "Tropa de Elite" (2007). Wagner Moura vive um homem que, num voo de asa-delta, acusa o Cristo de dar as costas aos problemas da cidade.

O curta quase não foi incluído, pois a Arquidiocese do Rio, detentora dos direitos sobre o uso da imagem da estátua, vetou sua aparição --mas depois voltou atrás.


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