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Depoimento

O filme não precisa de tudo aquilo, bastava só uma boa praia

TEM MORTE, TEM TENSÃO, MAS ACABA SEMPRE DANDO CERTO. O CARIOCA É MUITO ISSO, ACABA TUDO DANDO CERTO

MARTINHO DA VILA ESPECIAL PARA A FOLHA

Quando você pega a plateia irritada é difícil virar o quadro. Foi o que aconteceu comigo neste filme. Prova de que é bom.

Estava uma confusão muito grande no cinema onde assisti, mas saí de lá contente, e me sentindo bem carioca.

Engraçado, as visões aéreas do Rio são imagens que já conheço de cor e salteado, e mesmo assim gostei. Eles conseguiram mostrar o Rio de um jeito diferente.

O filme tem uma vantagem: começa muito bem, com uma história tocante de uma senhora que vive na rua, e com humor, num diálogo engraçado do filme do Sorrentino.

A trilha sonora é ótima. Fiquei até o final dos créditos para ver de quem era.

Em vários momentos, o filme parece que vai ter uma coisa dramática, mas acaba que nunca é chocante. Tem morte, tem tensão, mas acaba sempre dando certo. O carioca é muito isso, acaba tudo dando certo.

Para mim, a história do boxeador que perde o braço é o quadro mais dramático, e achei o roteiro muito inteligente. Mas as brigas de rua que ele mostra não acontecem aqui. No Rio, não existe duelo: é mata ou morre.

Agora, essa coisa de ficar exaltando o Rio é muito chata, e gostei que o filme mostra também o outro lado. A fala do personagem de Wagner Moura, que cobrou do Cristo os descuidos da cidade, está certíssima. Fazemos isso muito pouco aqui. Mas achei agressivo demais contra um símbolo da cidade.

O filme tem praia à beça, mas falta praia. Aquela praia lotada, onde todo mundo se entende sem ter regra. Lá tem o trabalhador, o cara que vai com a família, o cara que é gay, a cocotinha.

Se o filme fosse meu, seria sobre isso, a cultura da praia carioca, que eu acho uma coisa maravilhosa.

Não precisa de tudo aquilo, bastava só uma boa praia.


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