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Crítica - Drama

Adaptação de romance distópico perde força no fim

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A onda de filmes com histórias distópicas ambientadas no futuro, adaptadas de romances para adolescentes --como "Divergente" (2014), "A Hospedeira" (2013) e a série "Jogos Vorazes"-- ganha um novo representante com "O Doador de Memórias".

Mas o romance da norte-americana Lois Lowry que originou o filme, um best-seller publicado em 1993, é anterior às narrativas que inspiraram a maioria dos recentes filmes de contra-utopia, invariavelmente rasos e melosos.

O filme fala de uma sociedade futura na qual, em nome da paz e da harmonia, tudo é controlado: do clima à alimentação, do lazer à profissão de cada um, da composição das famílias às relações interpessoais.

Essa coletividade igualitária é um mundo asséptico e austero, fechado e cheio de regras em que a abolição das diferenças e da liberdade levou ao fim dos conflitos.

Para tanto, a humanidade sacrificou a memória coletiva, as emoções (apagadas por doses diárias de medicamentos), o livre-arbítrio, a dor, o amor, a arte, a felicidade.

A memória como elemento de compreensão do passado e construção do futuro é um dos temas centrais do relato, mais aprofundado no livro do que no filme.

GUARDIÃO

Nessa sociedade, o conhecimento da história é monopólio do guardião de memórias, que as usa para orientar a casta dirigente em caso de necessidade.

O adolescente Jonas (Brenton Thwaites) é escolhido para ser o próximo guardião, devendo receber as memórias da humanidade do velho Doador (Jeff Bridges).

No processo, o rapaz descobre tudo a que os homens renunciaram: a música, o amor, a guerra, o sofrimento. Sua ingenuidade inicial se transforma em perplexidade e depois em revolta contra esse paraíso artificial.

Quando a revolta explode, na meia hora final, a narrativa ganha um ritmo vertiginoso. A ação passa a dar o tom e tudo o que foi construído anteriormente fica em segundo plano.

Situações demasiado inverossímeis e uma cena final que não preserva a ambiguidade do livro comprometem o todo.


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