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Kimbra lança disco criado em período de isolamento

Após hit 'Somebody that I Used to Know', cantora mudou-se para fazenda

Neozelandesa foi viver no campo um dia após receber dois prêmios Grammy pela canção em parceria com Gotye

GIULIANA DE TOLEDO DE SÃO PAULO

Parece o roteiro de um filme hollywoodiano água com açúcar: a jovem cantora alcança o sucesso com um hit que toma as paradas internacionais. Mas então vem o vazio. Vence o maior prêmio da música e, no dia seguinte, se muda para uma fazenda, para se reencontrar.

Neste caso, a protagonista é a cantora pop neozelandesa Kimbra, 24. Em 2012, como convidada do belga-australiano Gotye --até então, dois ilustres desconhecidos fora da Oceania--, ela grudou nos ouvidos mundo afora "Somebody that I Used to Know", uma espécie de hino indie da dor de cotovelo.

Em fevereiro do ano seguinte, com dois Grammy na mão --música do ano e melhor performance pop em dupla ou grupo--, Kimbra não esperou nem 24 horas mais para se refugiar da fama.

Numa fazenda de criação de ovelhas próxima a Los Angeles, viveu por mais de um ano enquanto compunha e gravava "The Golden Echo", seu segundo disco, que chega agora ao Brasil.

"Leva tempo até você saber o que quer dizer depois de uma canção tão grande quanto aquela", conta à Folha, por telefone, numa voz constantemente entusiasmada. "Foi incrível morar na fazenda. Eu acordava pela manhã e sentava com o meu violão perto das ovelhas", ri.

"Queria me reconectar com a natureza e me sentir meio como uma criança de novo, porque a música vem quando a gente se sente livre", diz ela, que esteve no Brasil no ano passado para show em parceria com o Olodum no Rock in Rio. Passar outra vez pelo país com a nova turnê está nos seus planos, diz.

BUCOLISMO

Das inspirações nascidas no campo, vem inclusive o título do disco, tirado do nome de uma flor chamada "Narcissus golden echo" (eco dourado de Narciso) --em referência ao mito grego.

"Muitas canções do disco falam de encontrar amor em lugares diferentes e dedicar tempo para se envolver com as coisas ao seu redor. Tudo isso vem da minha experiência nesse período", explica ela, que alterna baladas com faixas dançantes no álbum.

Como single, já emplacou o batidão "90s Music", pegajoso e com pitadas experimentais. "Acho que a música pop pode ser mais desafiadora. Gosto de músicas que são como paisagens a que você pode retornar sempre que quiser e sempre vai descobrir coisas novas."

Em contraste com a vida bucólica, as gravações do disco, no entanto, foram feitas na cidade de Los Angeles --com produção e parcerias dignas de superstar. Colaboraram Matt Bellamy (vocalista do Muse), John Legend, Thundercat, John JR Robinson (principal baterista de Michael Jackson), entre outros de uma lista extensa.

E é nesse ponto da história que entra mais um elemento que enriqueceria o roteiro do filme: poder compor ao lado do ídolo da adolescência, Daniel Johns, 35, vocalista da banda Silverchair.

"Sentávamos ao piano, começávamos uma melodia e íamos colocando a letra. Tivemos química para trabalhar assim. Temos perspectivas similares sobre a música", derrete-se. Final feliz.


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