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Carioca em SP

Na primeira vez, corretora já usa teu apelido

MAURICIO STYCER COLUNISTA DA FOLHA

Costumo explicar que fui à praia por 25 anos e estou satisfeito, mas nem todo mundo aceita. Ao me perguntar sobre como tive a coragem de trocar o Rio por São Paulo o interlocutor às vezes até faz cara de nojo. O curioso é que a questão costuma ser feita tanto por amigos deixados para trás quanto por conhecidos no novo lar.

São Paulo é a cidade em que a corretora de imóveis recém-conhecida te chama de "Má" e te mostra um apartamento "incrível" num bairro chamado Baixo Higienópolis (mais conhecido como Santa Cecília).

Com o tempo, você aprende a comprar passagem na ponte aérea com desconto, mas abandona, sem se arrepender, dois tipos que pensava insubstituíveis: o dentista e o cara que corta seu cabelo há décadas. O último passo do desenraizamento é o mais dramático: a transferência do título de eleitor.

E o time de futebol? Aí não! Para um torcedor do Botafogo, a paixão à distância só aumentou. Trabalhando na Folha nos anos 90 tinha o prazer de vê-lo ser chamado de "Botafogo-RJ", como se alguém fosse capaz de confundi-lo com o de Ribeirão Preto.

Hoje, depois de 27 anos, continuo um carioca em São Paulo, o que inclui falar "meu" com sotaque de Copacabana --sinal de que é possível aproveitar o melhor de dois mundos.


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