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Mostra retrata formação de Moacyr Scliar
Homenagem interativa ao escritor gaúcho, morto em 2011, começa hoje em Porto Alegre
Um curto corredor liga a Bessarábia, região da atual República da Moldova (Leste Europeu), ao bairro Bom Fim, em Porto Alegre.
Na estrutura fabular armada no prédio do Santander Cultural na capital gaúcha, os poucos passos entre esses dois pontos tão distantes na escala real sintetizam vida e obra de Moacyr Scliar (1937-2011).
O escritor gaúcho é tema de uma grande exposição que começa hoje em Porto Alegre. Até o dia 16 de novembro, a vasta obra do autor (romances, crônicas, contos, infantis) será destrinchada em oficinas, filmes, peças e dança.
Os pais de Scliar emigraram da Bessarábia para o Brasil no começo do século 20, fugindo da perseguição aos judeus. O escritor nasceu em Porto Alegre e passou a maior parte da infância no Bom Fim, núcleo da comunidade judaica na cidade.
A experiência dos emigrantes judeus no Brasil, retratada muitas vezes com um viés de realismo fantástico, norteou não apenas o primeiro romance, "A Guerra no Bom Fim" (1972), mas toda a obra de Scliar. A representação do bairro e da casa do escritor durante a infância, com fotos e objetos pessoais, ocupa o primeiro módulo da exposição.
"A ideia é que o público sinta como esses ambientes formaram a obra de Scliar. Buscamos uma forma lúdica e interativa para atrair especialistas e quem nunca leu nada dele", comenta o cineasta Carlos Gerbase, curador da exposição.
"Nosso objetivo era compartilhar as várias facetas do Scliar --o escritor, o médico, o pai de família", conta a viúva do autor, Judith.
Vídeos curtos inspirados nas principais obras do autor (como "O Centauro no Jardim") são exibidos em telões.
Outra atração interativa testa o conhecimento do público sobre vida e obra do escritor.
