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...Nem isto

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER DE SÃO PAULO

Bem-vindo a "uma verdadeira Babel de ódio a Deus".

Virgem Maria ora é travesti, ora está coberta por baratas. Uma das salas se chama "Dios es maricas" (Deus é bicha). Visitantes são convidados a fazer "procissão" dentro de úteros gigantes, onde cortinas vermelhas delimitam "espaços para abortar".

Daniel Martins, 28, está horrorizado. "É um acinte à religião, ao Deus nosso Senhor. Um guia convidou alunos a assinar uma petição pela abolição do inferno", afirma à Folha o coordenador da ação jovem do IPCO (Instituto Plinio Corrêa de Oliveira).

O grupo traz no nome o fundador da TFP (Tradição, Família e Propriedade), organização católica conservadora que crê: "Depauperar a família destrói a civilização".

Agora, querem fazer barulho. Um buzinaço, para ser mais preciso, contra a 31ª Bienal de São Paulo --anunciada oficialmente como a mostra de "transgressão, transcendência e transexualidade". Imprimiram 50 mil panfletos para denunciar "aborto, blasfêmia e sacrilégio".

Elencam seis obras que poderão ser vistas por "seu filho, sobrinho ou neto" em excursões de colégios --por isso, incentivam o envio de mensagens de protesto aos diretores de escolas.

Cerca de 40 voluntários vêm distribuindo o manifesto pela cidade. Nos últimos dias, estiveram em frente ao metrô Butantã e à PUC.

Também gravaram um vídeo expondo a "ditadura feminista" do coletivo boliviano "Mujeres Creando", da instalação pró-aborto.

A mentira tem oito pernas curtas para Martins: a exposição errou ao eleger como símbolo desenho "de um hindu" (o indiano Prabhakar Pachpute), a torre de Babel movida por oito perninhas.

A equipe de curadores da Bienal diz mirar o debate público, "importante para tratar de assuntos tão delicados como o direito das mulheres de tomar decisões sobre o próprio corpo, a questão da liberdade sexual e o papel da religião na nossa sociedade."


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