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Escultor Abelardo da Hora morre aos 90 anos
Inspirador de nomes como Samico e Aloisio Magalhães morreu nesta 3ª
Um dos criadores do Movimento de Cultura Popular, artista deixa esculturas espalhadas pelas ruas do Recife
Expoente do panorama artístico pernambucano das décadas de 1940 e 1950, o artista plástico Abelardo da Hora morreu nesta terça-feira (23), aos 90 anos, em Recife.
Segundo o Hospital Memorial São José, o artista estava internado na UTI devido a uma pneumonia, e morreu de insuficiência respiratória. O velório aconteceria a partir das 15h na Assembleia Legislativa de Pernambuco, e o enterro está marcado para as 11h da quarta-feira (24), no Cemitério de Santo Amaro.
Nascido em julho de 1924 em São Lourenço da Mata (PE), Abelardo cursou direito e, mais tarde, a Escola de Belas Artes do Recife.
Na década de 1940, participou da criação da SAMR (Sociedade de Arte Moderna de Recife), movimento cultural abrangendo educação, artes plásticas, teatro e música.
Passou então a produzir gravuras com temática social, além de expor esculturas nas praças do Recife, representando tipos populares. Entra elas estão o Monumento ao Frevo, na rua da Aurora (Centro), e o Monumento aos Retirantes, no Parque Dona Lindu, no bairro de Boa Viagem --cujo nome homenageia a mãe do ex-presidente Lula.
Em 1952, o SAMR deu origem ao Ateliê Coletivo, oficina com cursos de desenhos da qual participaram nomes como Gilvan Samico (1928-2013), José Cláudio e Aloísio Magalhães (1927-1982).
Em 1960, se envolveu com a criação do Movimento de Cultura Popular, com o objetivo de promover a edução por meio da cultura popular.
Em julho último, para comemorar seus 90 anos, foi inaugurada a escultura "O Artilheiro", com 7,5 m de altura e 1,5 tonelada, na Arena Pernambuco, um dos estádios da última Copa, localizado na cidade natal do escultor.
A Secretaria de Cultura de Pernambuco lamentou a morte do artista em nota oficial.
"A cultura pernambucana, que de forma genial Abelardo sempre exaltou em suas esculturas, está de luto. Mas seguirá firme, inspirada pela vida e pela obra do mestre que deixa um exemplo de como o fazer artístico pode estar a serviço da construção de uma sociedade mais justa."