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Televisão

Crítica série

Inglaterra dinâmica abala 'Downton Abbey'

Aristocracia é afetada por mudanças políticas em 5ª temporada do seriado, mas conservadorismo deve continuar

SYLVIA COLOMBO DE SÃO PAULO

"Sinto o chão por baixo dos meus pés tremendo", diz o mordomo Carson (Jim Carter), no capítulo de estreia da quinta temporada da série "Downton Abbey", que foi ao ar no último domingo no Reino Unido --no Brasil, a atração estreará somente em 2015, pelo canal pago GNT.

Não, não se trata de um terremoto literal que ameaça pôr abaixo a propriedade e o estilo de vida aristocrático da família Crawley, protagonista da trama. Mas sim de uma inevitável e acelerada transformação histórica, na qual uma tradicional Inglaterra cindida entre nobres e servos dá lugar, aos poucos, a um país dinâmico, transformado pelo cenário do pós-Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

HORROR E EXCITAÇÃO

Liberalização dos costumes, possibilidades de ascensão social e mais participação feminina entram na agenda. Isso causa excitação em alguns, como Mary (Michelle Dockery), a jovem viúva que em outros tempos arrastaria o luto pelo resto da vida, mas agora considera ter uma aventura sexual com um espantado Lord Gillingham (Tom Cullen).

Mas também horror a outros, como a seu pai, o Conde de Grantham (Hugh Bonneville), que vê no primeiro governo do Partido Trabalhista no poder no Reino Unido uma tragédia.

"O primeiro-ministro Ramsay MacDonald está comprometido a destruir pessoas como nós e tudo o que nós representamos", diz, ao comentar o jornal do dia.

Enquanto isso, no andar debaixo da propriedade, o elemento mais débil da estratificada sociedade de Downton Abbey, a assistente de cozinheira Daisy (Sophie McShera) estuda, escondendo com os dedos engordurados os cadernos e livros com os quais pretende deixar sua situação servil.

Se os personagens novos trazem mais lenha para essa fogueira, como a questionadora professora Miss Bunting (Daisy Lewis), a tradição não dá mostras de que sairá de cena tão cedo.

A sensacional Condessa de Grantham (Maggie Smith) ainda manipula as alianças firmadas por meio de casamentos com suas frases fora de série. E, quando o fogo ameaça a propriedade, o primeiro grito do conde é "salvem o cachorro", mostrando que a integridade dos empregados seguirá em segundo plano por um tempo.

"Downton Abbey" ainda se ressente da saída de cena de Matthew Crawley (Dan Stevens), herdeiro da propriedade e ativador de suas contradições.

A série coloca, ao que parece, nas mãos de Tom Branson (Allen Leech), o ex-motorista revolucionário e irlandês, elevado a integrante da família por casar-se com a falecida Sybil (Jessica Brown Findlay), a esperança de adaptar-se aos costumes e de salvar, ou não, Downton Abbey da devassidão moral e da ruína financeira.

AVALIAÇÃO bom


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