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Peça reflete sobre oportunidades perdidas

Fúlvio Stefanini celebra 60 anos de carreira com o espetáculo 'Antes de Mais Nada'

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

Alfredo e Bernardo eram melhores amigos quando tiveram uma briga séria e pararam de se falar. Após 30 anos de distância, Bernardo morre e Alfredo, preparando-se para ir a seu enterro, começa a imaginar as conversas que poderia ter tido, mas não teve, com o amigo.

Ambientada toda na casa de Alfredo, nessa tarde que antecede o funeral, a peça "Antes de Mais Nada", protagonizada por Fúlvio Stefanini (Alfredo) e Roney Facchini (Bernardo), discute com melancolia e certa dose de humor as oportunidades perdidas durante a vida.

Após passar décadas amargurado, acompanhando a carreira de ator do amigo de longe, pela televisão, Alfredo vai aos poucos colocando os pingos nos is em sua relação com Bernardo --sem nunca revelar à plateia o motivo da desavença.

Durante o acerto de contas, os dois não apenas relembram o passado e discutem o que poderia ter sido feito para que sua relação em vida fosse melhor, como conversam sobre a mortalidade e o sentido dos rituais fúnebres. Com pouca ação, o espetáculo se sustenta pelos diálogos.

"É um texto muito bem escrito [por Flávio Cafiero], com muita profundidade. Fala do tempo perdido, daquilo que as pessoas jogam fora durante a vida e nem percebem, da possibilidade de ter uma relação melhor com quem convive. É bonito", diz Stefanini, que celebra 60 anos de carreira com este espetáculo. "Essa abordagem da alma humana me encantou."

A relação de Alfredo com a filha, interpretada por Chris Couto, também não é das melhores. Solteira, a personagem tenta tomar conta do pai --dando a ele seus remédios, preparando sua comida-- e só recebe patadas de volta, aliviando a frustração fumando cigarros escondida.

O alívio cômico fica por conta da personagem de Karin Rodrigues, uma vizinha bisbilhoteira que vê o velório como o evento social do ano e pratica o choro para comover os outros convidados.


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