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Coletivo de poetas e bandas de rua levam jazz à periferia

Festivais e eventos dedicados ao gênero se espalham em bairros paulistanos

Atividades no Jardim Boa Vista e no Jardim Monte Azul propagam estilo musical; artistas e moradores aprovam

DANILA MOURA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Repletas de grafites, as vielas do Jardim Boa Vista, na zona oeste de São Paulo, parecem mais coloridas quando embaladas por clássicos de Miles Davis e poesia.

Jazz e literatura são os temas de eventos como a Vielada Cultural e o Favela Jazz Festival, criados pelo coletivo Vie La en Close.

Desde 2012, o grupo de artistas de rua ajuda a propagar o jazz na periferia, organizando shows e saraus.

"O pessoal via a banda e perguntava pelo vocalista. Hoje, já se acostumaram ao formato instrumental", conta o poeta Giovani Baffô, 35.

Ex-morador do bairro, ele é o mentor do grupo de poetas que forma o coletivo.

A parceria com bandas surgiu por causa de outro projeto do Vie La en Close, o Jazz na Kombi, com shows numa kombi adaptada que circula nas regiões da Paulista e da Vila Madalena.

Entre os grupos que se apresentam tanto no veículo quanto no Jardim Boa Vista, estão nomes como o Chaiss na Mala, de Rob Ashtoffen e Fábio de Albuquerque.

"É curiosa a surpresa que o jazz causa na periferia, pois a essência dele é o gueto", afirma Fabio Véio, trompetista do Emblues Beer Band e dono do blog Jazz Marginal.

Seu grupo toca nos eventos da kombi, na zona oeste, e também no Jazz da Comunidade, no Jardim Monte Azul, no extremo sul de São Paulo.

"A quebrada não é só do rap e do funk. É do jazz, reggae ou música clássica", diz Jaime Diko, 33, idealizador do projeto.

INTERCÂMBIO

Para os moradores desses bairros, as tentativas de levar eventos culturais até eles são bem-vindas.

"Antes, para acessarmos esse tipo de atividade, precisávamos ir até o centro", ressalta Vanessa Ribeiro, 26, moradora do Jardim Boa Vista.

Até mesmo gente de fora tem apreciado jazz por lá.

"Você presencia o estereótipo da favela se desfazendo. Tem espaço para todo tipo de manifestação cultural", conta a roteirista Thays Berbe, 29. Ela foi do centro até o local e recomenda o passeio.

"Precisamos muito de grana, mas se não tiver, faremos do mesmo jeito. É uma força maior que nos impulsiona" arremata Baffô.

Ele arrecada o dinheiro para pagar o almoço dos músicos no Favela Jazz Festival vendendo poesia com seu coletivo na avenida Paulista.


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