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Ianomâmis gigantes ocupam centro de SP

Painéis de grandes proporções reproduzem no prédio dos Correios retratos de indígenas feitos por Claudia Andujar

Mega instalação de fotógrafa nascida na Hungria e radicada no país desde 1955 é aberta hoje para convidados

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

Tranquilo e infalível como Bruce Lee, um índio repousa no coração do vale do Anhangabaú. Apareceu de uma hora para a outra no conturbado centro de São Paulo.
Tal como numa canção dos anos 70, parece ter descido numa estrela colorida brilhante. Mas não foi bem assim. Veio por arte de Claudia Andujar.

Uma das principais fotógrafas do país, foi ela quem retratou o menino ianomâmi, agora reproduzido num gigantesco painel de 270 metros quadrados, afixado num prédio da avenida São João.

O pequeno índio não está sozinho. Ele é uma espécie de guia para uma megainstalação de Andujar montada a poucos metros dali, no interior do Prédio Histórico dos Correios.
É lá que a fotógrafa abre hoje a exposição "Sonho Verde Azulado", com curadoria de Eduardo Brandão.

É uma mostra de poucas, mas grandes imagens.

Além do já citado indiozinho, do lado de fora, dentro dos Correios há só quatro painéis. Em cada um deles está reproduzida uma mesma menina, também ianomâmi. E seus retratos, instalados no saguão do prédio, somam impressionantes 1.200 metros quadrados de fotografia.

Nada mais coerente com a trajetória de Andujar. Em 1971, quando esteve pela primeira vez numa aldeia ianomâmi, como fotojornalista da revista "Realidade", ela tentou capturar os índios. Mas foi capturada por eles.

Desde então, como fotógrafa, artista, mas também militante, ela vem lutando por dois objetivos análogos: dar visibilidade à causa ianomâmi e mostrar sua poesia.

Fotografada em algum momento entre 1974 e 1976, numa aldeia às margens do rio Catrimani, a três dias a pé da capital de Roraima, a menina ianomâmi dos painéis se chama "Paxo+m+k+" (leia-se "paxoimiki").

"'Paxo+m+k+' nunca poderia imaginar que viria a aparecer deste tamanho nos Correios de São Paulo", expressa com espanto a própria artista. Para ela mesma é grande o espanto. Quando chegou ao Brasil, em 1955, era no prédio que ia despachar as cartas para os parentes que sobraram na Hungria natal.

Aos 81, a incansável Andujar, que no ano que vem ganhará um pavilhão com 500 fotos em Inhotim (MG), agora luta para que os Correios criem um selo postal com o rosto de seus ianomâmis.

SONHO VERDE AZULADO - CLAUDIA ANDUJAR
QUANDO abertura hoje, às 18h (para convidados); seg. a sex., das 9h às 17h, sáb. das 9h às 18h e dom., das 10h às 18h. Até 1º/11
ONDE prédio histórico dos Correios (av. São João, s/nº, tel. 0/xx/11/3227-9461)
QUANTO entrada franca


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