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Crítica drama
Vencedor da Mostra de SP é ultrapassado em concepção e lembra telefilme antigo
RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO
Rama Burshtein é uma diretora desconhecida que dedicou boa parte da vida e da profissão para criar filmes para sua comunidade de judeus ortodoxos em Nova York.
Aos 45 anos, ela saiu desse pequeno círculo e conseguiu uma vaga na competição pelo Leão de Ouro, no último Festival de Veneza.
O motivo foi o drama "Preenchendo o Vazio", que surpreendeu toda a imprensa, ao ganhar o prêmio de melhor atriz para a jovem Hadas Yaron. O longa também venceu a 36ª edição da Mostra Internacional de Cinema de SP.
O longa joga luz -mas com um filtro de névoa que parece ter saído das antigas novelas das 18h da Globo- em uma tradicional família de judeus ortodoxos em Israel.
No dia do feriado de Purim, o rabino Aharon (Chayim Sharir) perde a filha mais velha (Renana Raz), quando ela dá à luz. Com receio de ficar distante do neto, a matriarca da família (Irit Sheleg) começa a pensar na possibilidade de casar a filha mais nova, Shira (Yaron), com o viúvo.
Como em um conto distorcido de Jane Austen, Shira pensa em casar-se com um garoto de sua idade, mas não é contrária à ideia.
A câmera -sem grandes pretensões- de Rama Burshtein passa a perseguir a garota neste dilema de como preencher o vazio que sente e suas possibilidades de escolhas.
Apesar do cenário interessante e do esforço da protagonista, o drama é tão ultrapassado em sua concepção e condução que parece um telefilme dos anos 1980.
PREENCHENDO O VAZIO
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
AVALIAÇÃO ruim
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