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Morre o diretor argentino Leonardo Favio

Realizador de 'Nazareno Cruz y el Lobo', filme mais visto em seu país, ele é lembrado por títulos de temática social

Além de cineasta, foi cantor e compositor; artista é tido como precursor das baladas românticas latinas

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Morreu na última segunda-feira (5), em Buenos Aires, o diretor argentino responsável pelo filme mais visto da história do cinema nacional: "Nazareno Cruz y el Lobo" (1975), história de amor protagonizada por um lobisomem que levou quase 4 milhões de pessoas aos cinemas.

Leonardo Favio, 74, vítima de uma pneumonia, estava internado havia várias semanas. Além de diretor de cinema, foi produtor, roteirista, compositor e cantor de baladas muito populares.

Nascido como Fuad Jorge Jury, tratava-se de um personagem singular da cultura local. Quase sempre usando jeans e camisas meio abertas, com um lenço na cabeça, Favio era conhecido pela sensibilidade de seu olhar cinematográfico e pela convicção de suas posições políticas.

Seus filmes, alguns realizados em preto e branco, destacavam-se por investigar a inocência e pela forte preocupação social.

Sua carreira, que começou no fim dos anos 1950, teve como destaques "Juan Moreira" (1973), que fala de um herói-bandido do século 19, e "Gatica, el Mono" (1993), história de um boxeador peronista dos anos 1940 que, depois da deposição do general

Juan Domingo Perón, torna-se um artista clandestino.

Favio dizia-se um fã dos cineastas Luchino Visconti, Federico Fellini e François Truffaut, de quem seu cinema empresta referências.

Também foi ator, apadrinhado pelo célebre diretor de filmes cult Leopoldo Torre Nilsson (1924-1978), com quem filmou "El Secuestrador" (1958) e "Fin de Fiesta" (1960), entre outros.

Peronista convicto, Favio era um dos animadores da malfadada recepção a Perón quando este voltou do exílio europeu, em junho de 1973.

O sangrento episódio, conhecido como Massacre de Ezeiza, teve um embate de peronistas de diversas facções.

Depois do golpe militar de 1976, Favio não viu mais condições de seguir vivendo na Argentina e partiu para o exílio no Chile, no México e na Colômbia. Só voltaria a seu país em 1987.

Na música, apostou em uma faceta mais comercial e popular, e é considerado um dos precursores das baladas românticas latino-americanas. O hit "Fuiste Mía un Verano" fez com que vendesse mais de 5 milhões de álbuns.


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