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Bob Wilson traz ao país atriz veterana do teatro alemão

Aos 68, Angela Winkler interpreta jovem prostituta em "Lulu", peça de Frank Wedekind que estreia hoje

Com vasta experiência também no cinema de seu país, ela foi vista em 'Inferno', exibido na Mostra de SP neste ano

Lesley Leslie-Spinks/Divulgação
A atriz Angela Winkler em cena da peça "Lulu"
A atriz Angela Winkler em cena da peça "Lulu"
GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

O afinado encontro entre o diretor americano Bob Wilson e o grupo de teatro alemão Berliner Ensemble, que na semana passada se mostrou a São Paulo na "Ópera de Três Vinténs", se repetirá no mesmo Sesc Pinheiros de hoje a domingo, com "Lulu".

A personagem-título da peça, mulher audaciosa e às vezes ingênua, traz ao primeiro plano uma atriz que está para o teatro alemão como Fernanda Montenegro para o teatro brasileiro.

Quem interpreta Lulu é Angela Winkler, 68, que transita por gêneros teatrais diversos com desenvoltura e tem vasta experiência no cinema alemão. Para quem viu "Ópera de Três Vinténs", ela interpretou ali a prostituta Jenny.

Nascida em Templin, cidade alemã que hoje tem 16 mil habitantes, Winkler foi obrigada pelos pais a estudar ciências médicas. "Fui forçada, sempre quis ser atriz."

Antes de chegar ao país com as montagens de Bob Wilson, ela esteve em cartaz na edição mais recente da Mostra Internacional de São Paulo. "Inferno" ("Hell", 2011), ficção científica com ares apocalípticos do diretor Tim Fehlbaum, tinha a atriz no elenco. "Eu gosto de colaborar com novos diretores", conta Winkler.

Winkler também assume com facilidade papéis masculinos. Fez um Hamlet andrógino em 1999, atuação que foi considerada pela crítica Susannah Clapp, do jornal inglês "The Observer", como uma das dez melhores encarnações do personagem shakespeariano da história.

(Se Clapp não fez um levantamento rigoroso, teve o cuidado de considerar até montagens do século 19, com base em fotografias.)

Em "Lulu", do autor alemão Frank Wedekind (1864-1918), ela vive uma jovem e sedutora rapariga, personagem de personalidade sinuosa que cai na prostituição.

A grande disparidade cronológica entre atriz e personagem não é "tão importante", defende Winkler. "Quando usamos maquiagem e figurinos, podemos ter qualquer idade", avalia, mencionando o trabalho do figurinista Jacques Reynaud.

Segundo a atriz, a maquiagem da peça é tão pesada que acaba funcionando como uma máscara. A caracterização embarca no formalismo cênico de Wilson, um diretor que "nos diz como devemos nos mover, mas não como nos sentir em cena", define.

Sua voz foi o que fez com que Wilson a escolhesse para o papel. "Ela é especialmente talentosa ao produzir sons suaves. Achei que seria um bom complemento para o rock pesado de Lou Reed", diz Wilson, lembrando o autor da trilha sonora da peça.

LULU
QUANDO de hoje. a sáb., às 21h; dom., 18/11, às 17h
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
QUANTO R$ 40 (esgotado)
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


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