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Crítica / Drama

Filme sobrepõe guerra de sexos a conflito religioso no Líbano

ALCINO LEITE NETO DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Nadine Labaki é uma bela libanesa de 38 anos, atriz carismática, com um quê das musas neorrealistas, como Sofia Loren e Claudia Cardinale. É também uma talentosa diretora.

Em 2007, ela estrelou e dirigiu "Caramelo", comédia de costumes sobre os dramas miúdos das frequentadoras de um salão de beleza de Beirute. O filme chamou a atenção em toda parte por abordar a vida libanesa sem focar nos problemas políticos e religiosos que afligem o país.

No segundo longa dirigido e interpretado por Nadine, "E Agora, Onde Vamos?", ela pretendeu tratar mais diretamente essas questões.

Numa aldeia do Líbano, a convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos está sempre por um triz. Para evitar o confronto, que, na ótica pós-feminista do filme, é sempre desencadeado pela explosão da testosterona guerreira dos machos, as mulheres de um credo e de outro, mancomunadas, elaboram incríveis artimanhas para entreter com amenidades seus maridos e filhos.

O enredo é curioso e insolente ao sobrepor a guerra dos sexos ao conflito político-religioso.

Além disso, o filme oferece a si mesmo uma promissora liberdade, ao se apresentar, já na primeira cena, como um "conto" -classificação que autoriza a diretora a transitar sem amarras entre a parábola, a fantasia cômica, o realismo, o melodrama e o pitoresco.

Apesar dos seus atrevimentos, o longa infelizmente não leva a lugar nenhum.

Os personagens, tratados muito superficialmente, não passam de caricaturas da província libanesa.

A narração, estimulante no início, mas depois repetitiva e previsível, acaba por girar em falso, deixando ver o artificialismo do filme, ou sua mera frivolidade enfeitada de boas intenções.


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