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RONALDO LEMOS - @lemos_ronaldo

Livro bagunça os limites da literatura

O fim do ano vem chegando. E, com ele, as inevitáveis listas de "melhores" do ano. Em um mundo com tanta informação, em que nunca se produziu tanto em todas as áreas (música, audiovisual, texto, imagens, etc.) é cada vez mais difícil descobrir o que interessa.

As listas são uma boa oportunidade de fazer isso pela "curadoria" de outras pessoas. Indico, assim, um livro que chamou atenção no ano.

Trata-se do romance "La Théorie de La Information" (A Teoria da Informação), do francês Aurélien Bellanger, de 32 anos.

Bellanger conseguiu uma proeza: se tornar uma espécie de Balzac da era da internet. É romance, mas tudo é baseado em realidade.

A história (inspirada no megaempresário Xavier Niel) fala de Pascal Ertanger, uma espécie de Steve Jobs francês.

Só que, diferentemente de Jobs, Pascal começa investindo em sex-shops e clubes de striptease.

Torna-se, então, rei dos serviços de "chat" pornográficos, ainda nos tempos do Minitel (espécie de pré-internet na França nos anos 80).

Em seguida, cria um dos maiores provedores da França e investe em empresas de internet e biotecnologia.

Bellanger é, de quebra, um ótimo analista das novas mídias. Seu romance poderia ser colocado ao lado de "gurus" da rede, como Clay Shirk ou Tim Wu. Só que o livro ocupa um lugar incômodo entre ficção e não-ficção. Dizem que Stendhal se inspirava no texto seco do Código Civil francês para escrever. A inspiração de Bellanger é a Wikipedia.

Seu texto é uma boa metáfora de como a internet bagunça os limites da literatura.


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