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Análise

Lei se firmou como iniciativa de apoio à experimentação

LUIZ FERNANDO RAMOS CRÍTICO DA FOLHA

Legislação vitoriosa. A lei de fomento ao teatro, passada uma década de sua criação, consolidou-se como a mais feliz iniciativa de apoio à experimentação artística já realizada no país.

Na gritante ausência de uma política cultural em qualquer nível de governo, municipal, estadual ou federal, ela propiciou um incremento sem precedentes da atividade teatral na cidade.

Forjada pela indignação de muitos artistas e intelectuais com o deserto da produção cultural no início dos anos 2000 (categorias mobilizadas no Arte contra a Barbárie) e beneficiada pelas contingências de haver na ocasião um modelo de lei semelhante aplicado em cidade europeia a inspirar a base governista na Câmara Municipal, a lei do fomento era ela própria uma experiência em aberto a ser testada pelo tempo.

Dez anos e centenas de grupos beneficiados depois, é possível hoje perceber como esse instituto de promoção da investigação vertical e consequente nos processos criativos em artes cênicas transfigurou o panorama teatral na cidade.

Entre os aspectos mais positivos destaque-se a possibilidade de jovens grupos que nunca teriam cacife para se financiar pelas leis de mercado desenvolverem projetos de fôlego e sustentarem espaços físicos para trabalhar continuamente.

Entre os problemas mais notáveis, o fato de muitos grupos terem crescido e carecerem de novas modalidades de fomento, pois a lei, com seus limites orçamentários, já não consegue atendê-los sem comprometer sua vocação original: a de ser a porta de entrada para grupos emergentes sem condições de se financiar.

Há também uma tensão interna entre os grupos, que se reflete nas comissões que os selecionam, entre ver a lei como fator de mobilização política e percebê-la como instrumento de pesquisa em arte sem finalidade específica.


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