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Chaplin projeta sombra de seu mito em comédia lúgubre

Em 'Monsieur Verdoux', artista interpreta matador de mulheres; roteiro é baseado em ideia de Orson Welles

Filme de 1947 é o primeiro em que o figurino e os recursos cômicos do 'vagabundo' são deixados de lado

DE SÃO PAULO

"Monsieur Verdoux" é o primeiro filme de Chaplin em que ele aparece despojado do figurino e dos recursos cômicos de Carlitos. Nada mais natural. O longa, de 1947, é uma comédia sombria sobre um dândi matador de mulheres.

O filme é o 12º volume da Coleção Folha Charles Chaplin e chega às bancas no dia 2 de dezembro.

Em fins dos anos 1920, Henri Verdoux desenvolve uma personalidade maníaca e comete assassinatos em série: suas vítimas são mulheres solitárias e ricas.

A partir de uma ideia de Orson Welles, Chaplin compôs o papel inspirando-se no francês Henri Désiré Landru (1869-1922), conhecido como Barba Azul, a quem se atribui a morte de 11 pessoas.

A moral ambígua de Verdoux provocou reações.

Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra (1939-1945), Chaplin passou a se pronunciar a favor de uma aliança com os soviéticos, o que o qualificava como simpatizante do comunismo.

Um dos artistas mais famosos do mundo se tornava inimigo público. O clima de perseguição serviu de estopim para o processo político que culminou com sua mudança para a Europa em 1952.

"No país onde terminarei minha vida, me lembrarei de que sou um homem comum e que tenho direito ao mesmo respeito destinado aos outros", disse ele à época.

Já no exílio, Chaplin percebeu em Verdoux o mesmo sentido que o norteava nas trapalhadas de Carlitos: era a busca pela sobrevivência que sempre regeu sua obra.


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