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Novela tem déjà-vu de tramas e de atores

Excesso de personagens e 'luto' pelo fim da antecessora 'Avenida Brasil' são problemas, dizem especialistas

Folhetim vai destacar núcleo sobre tráfico de pessoas, enquanto santo guerreiro deve perder terreno

Divulgação
Nanda Costa e Rodrigo Lombardi, protagonistas da novela "Salve Jorge", de Gloria Perez
Nanda Costa e Rodrigo Lombardi, protagonistas da novela "Salve Jorge", de Gloria Perez
DE SÃO PAULO

Quase que diariamente, durante a exibição de "Salve Jorge", internautas têm levado ao topo do ranking de assuntos mais comentados do Twitter o tópico #EssaHoraEmAvenidaBrasil.

Segundo pesquisa do instituto Qual Canal, que mede a repercussão de temas nas redes sociais, a onda de críticas ao atual folhetim das 21h da Globo teve seu auge no dia 17 de novembro.

Coincidência ou não, foi nessa data que a trama marcou a pior audiência desde a estreia, em outubro: 23 pontos no Ibope -cada ponto equivale a 60 mil domicílios da Grande São Paulo.

"Um dos grandes vilões de 'Salve Jorge' é, sem dúvida, 'Avenida Brasil'. São duas novelas muito diferentes", afirma Nilson Xavier, autor do livro "Almanaque da Teledramaturgia Brasileira".

"'Avenida' trouxe um frescor de linguagem, novas abordagens para velhos temas folhetinescos, elenco enxuto. 'Salve Jorge' é muito tradicional e conservadora no formato. Tem um quê 'mexicanizado', algo piegas, de amor sem limites."

Para Maria Carmem Jacob de Souza, professora da UF BA e líder do grupo de pesquisa A-tevê - Análise da Teleficção, o período de "luto" do telespectador pelo fim da antecessora não está maior do que de costume.

"O primeiro capítulo de 'Salve Jorge' não foi arrebatador, e a primeira semana, também não. Assim, fica difícil se apegar à novidade. Ainda está cedo para dizer que o público largou o barco. Está esperando melhorar, assistindo eventualmente", diz.

REPRISE

Líder isolada no horário, mas com índices considerados baixos para o patamar da emissora -nos primeiros 26 capítulos, registrou 30,8 pontos no Ibope-, "Salve Jorge" também peca pelo déjà-vu de outras tramas da autora.

A salada cultural, que mistura Turquia, Madri e Complexo do Alemão, no Rio, tem exotismo similar ao exibido em "O Clone" (2001) e "Caminho das Índias" (2009).

Junta-se a isso a profusão de personagens (mais de 80) e histórias paralelas. Além da presença de atores que viveram tipos semelhantes em outros trabalhos da autora.

A repetição só não foi maior porque Juliana Paes, convidada para ser a protagonista, acabou deslocada pela Globo para o remake de"Gabriela". Em 2009, a atriz foi Maya, mocinha de "Caminho das Índias".

Claudino Mayer, doutor em teledramaturgia pela ECA-USP, vê rejeição inicial a muitos personagens, mas também um trunfo. "Abre brechas para o telespectador participar [ao ter suas expectativas incorporadas ao roteiro de futuros capítulos]", diz.

"'Senhora do Destino' [2004-05], de Aguinaldo Silva, foi gigantesca [com muitos personagens e tramas] e tecida primorosamente", lembra Souza.

Os três especialistas consultados apontam como grave problema a falta de ganchos que despertem tensão no público.

"Mas a tendência é melhorar, e Gloria é competente para isso. Estamos nas semanas ou no mês dos ajustes", contemporiza Souza.

REMENDOS

Gloria Perez já está agindo para mexer na audiência de "Salve Jorge".

A atriz Carolina Dieckmann, que faria apenas uma participação, ganhou importância tal e qual a da mocinha, Morena (Nanda Costa), e ficará até o final da história.

O núcleo turco vai perder espaço para a saga do tráfico humano. Nesta semana, foi confirmada a entrada da atriz Sonia Braga nesse núcleo de "Salve Jorge".

Setores da Globo defendem que a figura de São Jorge perca espaço. A reportagem procurou a autora Gloria Perez, que não respondeu às perguntas até a noite da última quinta.


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