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Crítica show

Pulp agrada público com hits e boa performance de seu líder

Banda inglesa, que toca hoje em SP, prova por que ainda é um nome de peso

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Se repetir o esforço para conectar-se com o público como fez em Buenos Aires, é bem possível que Jarvis Cocker saia do básico "E aí, galera?" ao conversar com os paulistanos no show de hoje, no Via Funchal.

Há uma semana, no mítico Luna Park, principal espaço de shows da capital argentina, o líder do Pulp falou até lunfardo (gíria tangueira) e usou o guia "Che Boludo" para traduzir suas piadas.

"La noche está en pañales" (a noite é uma criança, em tradução livre), anunciou logo ao princípio. Daí por diante, "Common People" virou "gente corriente" e "Pink Glove", "guante rosa", na boca do vocalista, que não parava de perguntar: "Isso faz sentido?".

O esforço para agradar às quase 10 mil pessoas que lotaram a casa de espetáculos se traduziu também na escolha do repertório.

Para o fã médio do grupo, aquele que começou a curtir a banda em meados dos anos 1990, com os álbuns "His 'n' Her's" (94) e "Different Class" (95), o show é perfeito.

Do primeiro saem "Do You Remember the First Time?", que abre a noite, e suas três canções fundamentais. O segundo é quase reproduzido na íntegra, com 13 faixas.
Para os mais exigentes, que seguem o grupo desde o princípio, porém, faltarão temas do bucólico "It" (83) e do esquisito "Freaks" (87), assim como os hits dançantes do compilado "Countdown".

Em termos de repertório, o show nada mais é do que um retrato da banda no seu momento de maior êxito. Do último álbum, o poético "We Love Life" (2001), também só sobrevive uma faixa, "Sunrise", que ainda assim nem é a melhor de todas.

Isso posto, o público pode se preparar para uma grande noite. Cocker, Candida Doyle, Mark Webber, Steve Mackey, Nick Banks e Leo Abrahms mostram por que o Pulp é um dos principais representantes do pop produzido na época da "Cool Britannia" na Inglaterra.
O pós-punk, a pista de dança e a psicodelia se abraçam para formar o ambiente sonoro tão característico da banda.

RAZZMATAZZ

Jarvis é um show à parte. Com seus óculos gigantes de menino nerd, uma camisa social justa e botas de salto médio, ele dança, salta e se contorce, parecendo sentir cada toque de melancolia e insatisfação que surgem das letras.

Os pontos altos vêm com "Razzmatazz", executada com acompanhamento de cordas, "Something Changed", com Jarvis ao violão, e com a catarse já prevista de "Common People".

Com gás de show único, há dois blocos de bis, que se encerram com "Party Hard", do álbum "This is Hardcore".

Não há como questionar o fôlego dessa banda com mais de 30 anos de estrada. A única pergunta que fica no ar é por que o Pulp não está na ativa de verdade, criando e gravando coisas novas como na época de seu apogeu criativo. Talento, definitivamente, não falta.

PULP
QUANDO hoje, às 22h
ONDE Via Funchal (r. Funchal, 65, tel. 0/xx/11/3846-2300)
QUANTO de R$ 160 a R$ 250
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom


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