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"Hoje há nudez em todo lugar", diz atriz Sophia Loren

Madrinha do calendário Pirelli 2013, italiana fala que retratos são válidos se feitos com bom gosto e amor por mulher fotografada

DO ENVIADO AO RIO

Associada, ao longo de mais de 60 anos de carreira, a personagens voluptuosas, de sensualidade destemida, a atriz italiana Sophia Loren, 78, mostra-se mais pudica longe de suas encarnações cinematográficas.

Ela veio ao Rio para o lançamento do calendário Pirelli 2013, do qual é madrinha. Na edição 2007, aos 72 anos, fez sua estreia na publicação dividindo o foco com as colegas Naomi Watts, Hillary Swank e Penélope Cruz, todas gerações mais novas.

"Quando me chamaram, pedi um ou dois dias para pensar", lembra, em entrevista da qual a Folha participou, anteontem. "Não é que estivesse temerosa, mas era fato que o calendário sempre tinha nus. E isso não me interessava nem um pouco, porque tenho família e dois filhos homens."

Após saber o que o casal holandês responsável pelos retratos tinha em mente (um ensaio com acenos de sensualidade, mas figurino completo), aceitou o convite, não sem insinuações de diva. "Você sempre pode se opor e dizer que está indo embora..."

Em tom de quase reprovação, Loren diz que hoje "há nudez em todo lugar" e que o expediente só é válido se for empregado "com bom gosto, amor pela mulher que se está fotografando e uma ideia, uma intenção".

As lentes do cineasta Vittorio De Sica (1901-1974) certamente tiveram por ela um enamoramento assim. Com o realizador de "Ladrões de Bicicleta" (1948), rodou "O Ouro de Nápoles" (1954) e "Duas Mulheres" (1960), que lhe valeu um Oscar de melhor atriz, entre outros.

"Estávamos sempre juntos, como um pai e uma filha. Confiava nele totalmente [...] Era um Deus", afirma ela, antes de saudar Marcello Mastroianni (1924-1996), com quem atuou em vários longas de De Sica. "Foi um grande companheiro. Nunca nos vimos fora de um set, mas torcíamos muito um pelo outro."

Após a partida dos baluartes da era de ouro do cinema italiano, Loren se recolheu. Nos últimos anos, tem se contentado com aparições em filmes para televisão. O papel mais notável foi em"Nine", de Rob Marshall, há três anos

Em 2002, deu um empurrão ao filho cineasta, Edoardo Ponti (sobrenome herdado do pai, o produtor Carlo Ponti), atuando em seu longa de estreia, "Desejo de Liberdade". "A primeira semana [no set] foi bem difícil. Ficava lembrando dele pequenininho, nos meus braços. Mas depois passou. Acho que fizemos um bom filme juntos", conta, camuflando em vão a corujice. (LN)


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