Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Cansei de ser bonzinho

Brad Pitt vira um assassino frio em "O Homem da Máfia" e lidera time de galãs que estão apostando em papéis mais sombrios

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Não está fácil para ninguém. Nem mesmo para os galãs hollywoodianos.

Com os estúdios tentando sobreviver em meio a uma grave crise econômica (e criativa), os astros do cinema americano têm tentado se adaptar à realidade do mercado internacional, pouco paciente para patriotadas e paladinos imaculados.

Como aconteceu nos anos 1970, quando os Estados Unidos passavam por um declínio financeiro e violentos embates éticos depois da Guerra do Vietnã, e se abriu espaço para obras "sujas" como "Serpico" (1973) e "Taxi Driver" (1976), há uma mudança em curso na escolha de papéis por atores de primeira grandeza.

Quem puxa o time é Brad Pitt, que há anos persegue uma linha alternativa para a sua carreira.

O ator chocou o último Festival de Cannes com o ultraviolento "O Homem da Máfia", de Andrew Dominik ("O Assassinato de Jesse James"), que estreia amanhã no Brasil.

Pitt, que já viveu o herói romântico Aquiles em "Troia" (2004), agora interpreta um assassino implacável da máfia, que tem a missão de caçar uma quadrilha de ladrões de dinheiro de cassinos controlados por gângsteres.

"Não precisamos esconder que vivemos em um mundo violento", diz Pitt à Folha,

A certa altura do filme, o matador atira na cabeça de um ladrão, e Dominik filma a sequência como um balé de sangue, vidros e balas.

"Os assassinatos cometidos pelo meu personagem servem de metáfora para o mundo atual dos negócios", desconversa Pitt. "Morrer ou matar faz parte da sua vida a partir do momento em que você é parte da indústria do crime ou do capitalismo extremo."

O filme é baseado no livro "Cogan's Trade", lançado por George V. Higgins em 1974. Na obra, Higgins acompanha um assassino de Boston que caça ladrões de apostas de cartas.

Dominik manteve os mafiosos, mas atualizou o roteiro para dias antes da primeira eleição de Barack Obama, em 2008, quando os americanos pagavam o pato das bilionárias incursões bélicas de George W. Bush.

"É uma história sobre crise econômica e crimes de jogos. É um microcosmo do que acontece na América hoje em dia", finaliza o cineasta.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página