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Televisão

TV Brasil, 5, luta contra traço em audiência

Emissora pública investirá em coprodução com a Cultura, série C do Campeonato Brasileiro e tecnologia digital

Criado por Lula, canal já enfrentou crises administrativas e boatos de ingerência do governo federal

Adriano Vizoni/Folhapress
Nelson Breve, diretor-presidente da EBC
Nelson Breve, diretor-presidente da EBC
DE SÃO PAULO

A comemoração de seu quinto aniversário é a deixa para que a TV Brasil faça um balanço de suas atividades.

Criada pelo ex-presidente Lula como alternativa aos canais comerciais, a rede já consumiu mais de R$ 2 bilhões em investimentos públicos -e o orçamento de 2013 prevê gastos de R$ 507 milhões.

A injeção maciça de recursos, no entanto, não foi suficiente para fazer o canal ganhar público e ir além do traço (zero ponto) na média diária de audiência.

"O momento é de planejar, melhorar a qualidade do sinal e aperfeiçoar nosso conteúdo com base em pesquisas", diz à Folha Nelson Breve, diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que controla a rede. "É preciso também aumentar a audiência, hoje muito baixa, e investir em divulgação."

Há menos de um ano no cargo, Breve reconhece os percalços que a TV Brasil enfrentou.

Sobraram acusações de censura e má gestão, rusgas entre Tereza Cruvinel -antiga diretora-presidente da EBC- e sua equipe, além de boatos de ingerência do governo federal. "Às vezes, na ânsia de querer fazer, há ruídos de comunicação, e isso ocorreu naquele período [2007-2011]", explica.

LICITAÇÃO CONTESTADA

Breve não vê razão para questionamento no fato de a produtora de Mônica Monteiro, namorada do ex-ministro Franklin Martins (um dos criadores da EBC), ter vencido licitação de R$ 2,39 milhões para realizar a segunda temporada do programa "Nova África".

"Essa ilação é maldosa e incorreta. Não foi a namorada, foi a empresa que ganhou. Significa, por exemplo, que a cineasta que é filha de ministro e produziu um filme não pode participar de nada porque vão achar [que houve favorecimento]?", compara.

A fim de reforçar sua programação em 2013, a TV Brasil -presente em 21 Estados- está estruturando um departamento interno de pesquisa para trabalhar com os dados recebidos do Ibope. A emissora também fechou contrato de coprodução com a TV Cultura, de São Paulo, para a criação de uma atração musical e deve exibir a série C do Campeonato Brasileiro.

A rede aguarda ainda um empréstimo do Banco Mundial para um estudo sobre interatividade na TV digital. A ideia é desenvolver aplicativos que permitam, por exemplo, marcar consultas no SUS ou buscar emprego utilizando o controle remoto.

O Banco Mundial financiaria a compra de televisores para beneficiários do Bolsa Família, universo no qual seriam realizados testes de viabilidade dos aplicativos. A expectativa é de que os trabalhos desse núcleo comecem no primeiro trimestre de 2013.

Menina dos olhos de Lula, a TV desperta interesse na presidente, mas não está no topo de sua agenda, afirma Breve. "O que Dilma quer é acabar com a miséria. É a grande obsessão. Além do mais, é muita coisa para ela cuidar." (ALBERTO PEREIRA JR.)


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