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Após declínio, polo cinematográfico de Paulínia é retomado

Além de centro de produção audiovisual, complexo de R$ 2 bi deve incluir hotéis, parques temáticos e monotrilho

"Disney brasileira" só fica pronta em 2023; estúdios de produção da cidade têm capacidade ociosa há dois anos

MATHEUS MAGENTA DE SÃO PAULO

O prefeito eleito de Paulínia, Edson Moura Jr. (PMDB), anunciou a retomada da construção da "Disney brasileira", projeto de R$ 2 bilhões iniciado por seu pai em 1992. O polo de cinema, única parte pronta de um complexo com hotéis, parques temáticos e monotrilho, está em franco declínio desde 2010.

Cursos de cinema foram cancelados, não há editais de fomento a filmes e um dos estúdios passou a ser usado como depósito de materiais.

"Fui prefeito de Paulínia durante 12 anos [1993-96 e 2001-08]. Sempre ouvi que meus projetos, como o polo de cinema, eram faraônicos. Dou até risada dessas coisas", desdenha Edson Moura, 62, pai do novo prefeito.

Diante da possibilidade de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa por improbidade administrativa, decidiu renunciar às vésperas da eleição -a manobra permitiu que o filho de 35 anos, então vice em sua chapa, acabasse eleito em outubro.

Apesar de ter desistido da candidatura, Moura diz que irá cumprir seu papel de pai. "Serei orientador e conselheiro." Ao longo da entrevista, porém, ele reiteradamente inicia frases sobre futuras realizações com o sujeito "nós".

"DISNEY BRASILEIRA"

A ideia de construir um complexo em Paulínia nos moldes da Disney da Flórida surgiu após uma visita de Edson Moura aos EUA.

Eleito prefeito, ele decidiu criar alternativas econômicas para o município quando as reservas de petróleo acabarem -quase 70% da arrecadação da cidade é oriunda do polo petroquímico local.

A pedra fundamental foi lançada em 1993. Para a empreitada, Moura convidou Mauricio de Sousa, Beto Carrero (1937-2008) e Silvio Santos -todos declinaram alegando falta de dinheiro.

Moura decidiu então bancar o projeto com dinheiro público. O custo total (R$ 2 bilhões) representa mais do que o dobro da receita anual da cidade (R$ 890 milhões).

A conclusão das obras do complexo está prevista para 2023. Até hoje, foram gastos quase R$ 490 milhões para erguer e manter o polo de cinema (com cinco estúdios, um teatro e uma escola).

PRIORIDADES

Em abril passado, o atual prefeito, José Pavan Jr. (PSB), cancelou o festival de cinema da cidade por causa de uma queda na arrecadação municipal. "Os R$ 10 milhões que iriam para o festival pagaram 2.300 bolsas de estudo em curso superior e técnico. São prioridades", justificou ele.

Apesar da retração na receita, Paulínia foi a cidade paulista que mais gastou em saúde por habitante em 2010, e a 12ª em investimentos na educação. O polo petroquímico lhe garante a maior arrecadação per capita do Estado.

Para economizar, Pavan Jr. não lança editais de fomento à produção de filmes desde 2011. Entre 2007 e 2010, foram distribuídos R$ 38,8 milhões para 42 filmes, muitos deles sucessos de bilheteria, como "Chico Xavier" e "O Palhaço".


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