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Crítica comédia

'Os Penetras' não traz para o cinema humor televisivo dos atores

Filme aproveita-se do prestígio de Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, mas sofre com cacoetes previsíveis

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Figura emblemática da paisagem humana do Rio de Janeiro, o malando frequenta as telas ao menos desde o advento da chanchada, no começo dos anos 1930.

"Os Penetras" é mais um exemplar desta longa série, mas não entrará na história: seu objetivo é apenas tirar proveito do prestígio de Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, os comediantes de televisão do momento.

A marca da TV vai muito além da presença da dupla.

Fica clara na superficialidade do roteiro, que alinhava uma sucessão de "sketches" de eficácia irregular; na câmera preguiçosa, incapaz de dar conta de um simples diálogo sem uma profusão de cortes; nos cenários de telenovela; na abundância de atores muito mais familiarizados com a tela pequena do que com o cinema; nos gracejos do elenco, dignos de programas humorísticos dominicais.

Como contraponto ao malandro, a receita da chanchada pede o otário, que surge aqui na pele de Beto (Sterblitch). Introspectivo e meio sonso, ele está no Rio de Janeiro para tentar reatar com Laura (Mariana Ximenes), mulher misteriosa cujas verdadeiras intenções vão se revelando ao longo do filme.

Ignorado por ela, Beto tenta o suicídio, mas acaba sendo salvo por Marco Polo (Adnet), um vigarista profissional cheio de lábia.

Marco percebe que pode tirar proveito da ingenuidade de Beto e promete ajudá-lo a reconquistar Laura, auxiliado por Nelson (Stepan Nercessian), outro pilantra.

Os três partem em busca da moça entrando sem convite em festas da alta sociedade carioca, onde situações bufas se sucedem e vários personagens secundários vão aparecendo, como políticos inescrupulosos, fazendeiros picaretas, madames atrevidas e até uma bailarina russa.

Além dos onipresentes cacoetes vindos da televisão, a comédia sofre com a previsibilidade da maioria dos quiproquós e só diverte os espíritos mais simplórios.

Andrucha Waddington já mostrou ser um diretor versátil, capaz de abraçar diferentes gêneros. "Os Penetras" nada acrescenta à sua biografia, mas certamente recheará sua conta bancária.


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