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Crítica / Religião

Comentários sardônicos trazem influência de Buñuel e de Marx

ESPECIAL PARA A FOLHA

Luis Buñuel conta uma piada anarquista em seu livro de memórias, "Meu Último Suspiro": "Dois padres vinham pela calçada. Diante de tal provocação...". E a anedota termina aí.

"O Livro dos Santos" tem uma pegada meio buñuelesca em certos momentos. Rogério de Campos distribui aqui e ali alguns comentários sardônicos que entregam seu passado marxista.

Ao falar de são José, o santo aclamado pelo papa Pio 11 como "patrono daqueles que combatem o comunismo ateu", ele escreve numa nota de rodapé: "O herói da luta anticomunista na Itália mereceu até um elogio especial do papa Pio 11: 'Benito Mussolini é [...] um homem enviado pela Divina Providência, um homem livre dos preconceitos dos políticos da escola liberal'."

Mas, no geral, o livro se contenta em descrever as façanhas miraculosas dos santos, estabelecendo uma conexão curiosa com a literatura fantástica.

Afinal, segundo está escrito nele, são Cristóvão, patrono dos caminhoneiros, media exatos 7,92 metros.

Há também inúmeras histórias divertidas sobre santos voadores ("algumas dezenas", segundo o autor).

Entre elas, se destaca a de são José de Cupertino, um santo tão despreparado para a santidade que acabou levado ao cinema.

O escritor americano John Fante, de "Pergunte ao Pó", foi quem escreveu o roteiro de "O Santo Relutante" (1962), com Maximilian Schell no papel principal.

"Além de voar, fazer curas milagrosas e ter muita sorte nas provas, são José de Cupertino, apesar de não tomar banho e usar roupas imundas, exalava, segundo uma narrativa católica, 'um fino e delicado perfume'. Mais uma razão pela qual ele se tornou muito popular entre os estudantes católicos", escreve o autor.


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