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Lado pop do artista contrasta com obra de teor iconoclasta

Ai Weiwei mantém retórica afiada nas redes sociais, mas reduziu agressividade de suas performances e esculturas

Enquanto suaviza o tom de trabalhos, chinês provoca regime dançando e posando com celebridades

Fotos Ai Weiwei/Divulgação
Imagem da série "Cortes de Cabelo" (2007)
Imagem da série "Cortes de Cabelo" (2007)
DE SÃO PAULO

Quando voltou à China, há quase 20 anos, Ai Weiwei adotou a atitude iconoclasta que aparece em imagens como a série em que deixa cair o que seria um vaso de 2.000 anos, espatifando uma relíquia arqueológica do país. Era a forma sintética -e histérica- de denunciar o atropelo das tradições na China.

Em 1994, ele reproduziu a marca da Coca-Cola sobre um vaso da mesma época. Noutra série, "Estudos de Perspectiva", Ai se retrata mostrando o dedo médio em frente a lugares históricos e sedes de governo pelo mundo, da Casa Branca ao Partido Comunista chinês.

Mas, aos poucos, sua postura perde a agressividade. "Ele leva esses gestos de vanguarda à China, mas depois percebe que o regime era muito mais radical em suas atitudes", diz o curador da mostra de fevereiro no MIS, o suíço Urs Stahel. "Ao longo do tempo, sua obra plástica se torna mais conservadora enquanto sua retórica fica muito mais afiada."

Afiada e pop. Ai endureceu no discurso, mas vem se exibindo ao lado de celebridades, como Elton John, e chegou a postar um vídeo em que dança a pegajosa coreografia "Gangnam Style" do rapper sul-coreano Psy. Sua vida, fotografada e filmada à exaustão, virou performance libertária, de crítica ao regime.

"Ai é sincero, mas é ao mesmo tempo muito teatral. Dançar o 'Gangnam Style' para ele nada mais é do que um exercício de pura liberdade", observa Stahel.

Enquanto isso, seus trabalhos mais recentes, como os milhões de sementes de girassol feitas de porcelana que espalhou pela Tate, em Londres, parecem resgatar as tradições do artesanato chinês e são alusão poderosa a abusos trabalhistas em seu país.

No ponto mais crítico desses ataques, que levou à censura de seu blog há três anos, Ai denunciou a precariedade das construções escolares em Sichuan, província atingida em 2008 por um terremoto onde morreram quase 6.000 crianças.

AI WEIWEI

QUANDO abre em 7/2, às 19h30; de ter. a sex., das 12h às 21h; sáb. e dom., 11h às 20h; até 14/4/13

ONDE MIS (av. Europa, 158, tel. 0/xx/11/2117-4777)

QUANTO R$ 4


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