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Ministério Público faz nova denúncia por furto de obras

Iwaloo Cristina Sakamoto e Verônica da Silva Santos teriam levado livro raro sobre aves brasileiras em 2006

Líder da ação em biblioteca no Rio seria criminoso preso em 2007; segundo PF, ele ainda opera da cadeia

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

O Ministério Público Federal no Rio denunciou duas mulheres, moradoras do interior de São Paulo, pelo furto de um livro raro da biblioteca da Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, em 2006.

Iwaloo Cristina Sakamoto, 27, e Verônica da Silva Santos, 34, são apontadas pelas investigações como responsáveis por retirar da biblioteca o livro "Histoire des Oiseaux du Brésil" [história das aves do Brasil], de Jean Théodore Descourtilz, de 1852.

Elas vão responder por furto qualificado, com fraude, abuso de confiança e uso de mais de uma pessoa. Caso sejam condenadas, podem cumprir pena de dois a oito anos de prisão, mais multa.

Na obra rara, o ornitólogo Descourtilz descreve em detalhadas ilustrações mais de 160 tipos de aves brasileiras.

O livro era guardado junto a pinturas de Debret e outras relíquias da missão artística francesa no Brasil em 1816 e foi furtado, com outras obras do acervo de cerca de 30 mil títulos, em abril de 2006.

Em dezembro do mesmo ano, a Polícia Federal recuperou a obra de Descourtilz, mas não as outras.

Sakamoto, segundo a Polícia Federal, integrava, desde aquele ano, uma quadrilha especializada em roubo de obras raras, a convite de Laéssio Rodrigues de Oliveira.

Oliveira, 39, atualmente está preso em Bangu 2, na zona oeste do Rio, e, do presídio, afirmam policiais, ainda planeja subtrações de obras raras em diferentes Estados do país, como noticiou a Folha em 15 de julho deste ano.

Na época do furto na EBA, quando as atenções estavam voltadas para Oliveira, Sakamoto teria sido chamada para despistar a vigilância de museus e bibliotecas.

Verônica Santos teria sido convidada por ela a participar do furto. Ambas se passaram por pesquisadoras de Campinas e usaram nomes falsos: Sakamoto como Júlia, e Santos, como Fátima.

De acordo com depoimentos que constam do inquérito da Polícia Federal, elas visitaram o local três vezes, a fim de mapear todas as fragilidades da segurança da biblioteca da UFRJ.

Funcionários da Escola de Belas Artes relataram que, no dia em que o livro desapareceu, elas passaram um longo tempo trancadas no banheiro da biblioteca.

Meses depois do furto na EBA, Sakamoto foi presa por retirar livros raros da Fundação Casa de Rui Barbosa, na zona sul do Rio.

Atualmente, ela responde aos processos em liberdade.

Sakamoto e Santos não foram encontradas para comentar o caso. Nos depoimentos à polícia, elas negaram que tenham furtado o livro raro da UFRJ.


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