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Era outra vez...

Contos de fadas ganham roupagem mais sombria em novas superproduções de Hollywood

Divulgação
Michelle Williams em cena de "Oz: Mágico e Poderoso", de Sam Raimi
Michelle Williams em cena de "Oz: Mágico e Poderoso", de Sam Raimi
RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

"Era uma vez um homem chamado Peter Pan. Ele raptava criancinhas e as matava, enquanto o capitão Gancho tentava prendê-lo."

Não parece certo.

Vamos tentar outra: "Era uma vez um casal de irmãos chamado João e Maria, que dedica-se a caçar bruxas de forma violenta depois de sofrerem abuso quando crianças".

As duas tramas lembram os contos de fadas que fizeram muitas crianças dormirem, mas Hollywood resolveu distorcê-los para gerar uma fornada de superproduções.

Nos próximos dois anos, pelo menos sete blockbusters baseados em histórias encantadas chegarão aos cinemas.

O sucesso de "Alice no País das Maravilhas", de Tim Burton, que rendeu US$ 1 bilhão (R$ 2 bihões), em 2010, foi o ponto inicial para a maioria dos blockbusters.

Mas a consolidação do estilo "histórias infantis conhecidas + toques sombrios = lucro fácil" veio com "Branca de Neve e o Caçador" (2012), que foi bem recebido pela crítica e rendeu US$ 396 milhões (R$ 792 milhões).

Os elementos originais (princesa perseguida pela rainha má) estão lá, mas o roteirista Evan Daugherty injetou batalhas inéditas, anões guerreiros e eliminou o "Príncipe Encantado" que a Disney popularizou.

É mais ou menos a fórmula adotada por "João e Maria: Caçadores de Bruxa", que estreia em 25 de janeiro.

O filme de Tommy Wirkola ("Zumbis na Neve") pega a história criada pelos irmãos Grimm no século 19 (uma bruxa tenta canibalizar João e Maria), mas a subverte em um filme de horror.

João (Jeremy Renner) e Maria (Gemma Arterton) são adultos traumatizados que caçam bruxas com arcos e métodos sangrentos.

"Jack - O Caçador de Gigantes", que estreia em março, não será tão violento, mas manterá o lado épico de "Branca de Neve e o Caçador" (sim, "caçador" é a palavra da moda em Hollywood).

Inspirado no conto "João e o Pé de Feijão", cuja versão mais famosa é datada de 1807, o filme de Bryan Singer ("X-Men") mostra o fim da trégua entre humanos e gigantes quando Jack (Nicholas Hoult) tenta resgatar uma princesa (Eleanor Tomlinson).

O NOVO OZ

Já "Oz: Mágico e Poderoso", também programado para março, é mais ambicioso: o filme de Sam Raimi ("Homem-Aranha") conta como um simples truqueiro de circo (James Franco) vira o poderoso Mágico de Oz.

Pelo visual colorido e o uso de 3D, a Disney claramente quer seguir o modelo de "Alice no País das Maravilhas", utilizando os conceitos do escritor L. Frank Baum (1856-1919) para reapresentar os personagens a uma nova platéia.

A animação "Dorothy of Oz", que estreia no segundo semestre nos Estados Unidos, vai pelo lado oposto. Ela mostra o que aconteceu com Dorothy, a protagonista de "O Mágico de Oz", em uma nova aventura, escrita pelo neto de Baum, em 1989.

"Há uma moral na história: se o público diz que gosta de algo, entregue o mesmo de sempre e você fará uma fortuna", escreveu Robbie Collin, crítico do diário londrino "The Telegraph".

Por isso mesmo, Hollywood prepara o polêmico "Pan" para 2014, com Aaron Eckhart ("Batman - O Cavaleiro das Trevas") como Hook, policial que caça Peter Pan, um assassino pedófilo. Ou "Arabian Nights", uma espécie de "Os Mercenários" inspirado na antologia "As Mil e Uma Noites".

Felizes para sempre. Mas, de preferência, com muita grana no bolso.


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