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O nascimento de uma nação

Indicado a 12 Oscar, "Lincoln", de Steven Spielberg, foi de alvo da obsessão do cineasta a uma produção épica

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

A sombra de Abraham Lincoln (1809-1865) persegue Steven Spielberg desde que o cineasta era criança.

Quando tinha cinco anos, ele foi levado por um tio para conhecer o memorial ao presidente, em Washington D.C.. Assustou-se com a famosa estátua branca de nove metros que reproduz Lincoln.

A cena não saiu da cabeça do garoto que cresceu em Nova Jersey e se tornou um dos mais importantes diretores americanos.

Aos 66, Spielberg agora coloca um ponto final em uma obsessão que se acentuou em 1999, quando o cineasta encontrou a escritora Doris Kearns Goodwin.

O diretor perguntou para a autora qual seria o tema do seu próximo livro e, ao saber da possibilidade de ser um épico político sobre Lincoln, ele comprou os direitos de filmagem, seis anos antes de Kearns lançar "Team of Rivals".

Nesse intervalo, Spielberg chamou John Logan ("Gladiador") para escrever o roteiro e Daniel Day-Lewis para ser o protagonista. O ator declinou e Liam Neeson foi chamado em seu lugar.

Após o encontro de Kathleen Kennedy, produtora do filme, com o escritor Tony Kushner ("Angels in America"), o projeto tomou outro rumo.

Kushner roteirizou "Munique" (2005) e começou a dissecar "Team of Rivals", que acabara de ser lançado. "Achava que era um projeto impossível", disse.

O roteirista decidiu focar na luta de Lincoln para encerrar a Guerra Civil que dividiu os Estados Unidos entre 1861 e 1865, e aprovar a 13ª emenda constitucional, acabaria com a escravidão no país.

"Queria mostrar Lincoln na conquista de algo monumental: abolir a escravatura e terminar a Guerra Civil", explicou Spielberg, que conseguiu convencer Day-Lewis a assumir o papel com a desistência de Neeson, em 2010.

"O que me interessou foi ler o que Lincoln escreveu, dos discursos às divagações. Sua escrita era impressionante", exaltou o ator à Folha.

A atriz Sally Field caiu como uma luva no processo conhecido de imersão do colega. "Nós não atuamos, mas nos hipnotizamos para viver as personagens", disse a atriz que faz Mary Todd, mulher de Lincoln.

MUDANÇAS NO FILME

Ambos foram lembrados pelo Oscar por suas interpretações e "Lincoln" recebeu 12 indicações, inclusive de melhor filme, direção e roteiro.

É a equação perfeita. Além da qualidade técnica do longa, o espírito de reconstrução do pós-Guerra Civil reflete a esperança dos americanos na reeleição de Barack Obama.

Obama, inclusive, que Spielberg ajudou a eleger -o cineasta arrecadou fundos em 2008 e dirigiu filmes de campanha para o democrata.

A natureza política do filme gerou um problema. Temendo um fracasso no mercado internacional, os produtores mudaram a abertura do longa fora dos EUA.

No Brasil, a cópia que estreia sexta-feira não abre com cenas violentas da Guerra, mas com um letreiro de explicação sobre a situação do país em 1865.


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