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Opinião

Como Restart e Legião, Tarantino tem fãs especialmente sensíveis

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

Há pouco mais de uma semana, fiz em meu blog (www.andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br) uma crítica ao filme "Django Livre", de Quentin Tarantino.

Escrevi que achava o filme longo em excesso, mal escrito, com uma história repetitiva e diálogos pouco inspirados, que não faziam justiça ao talento de Tarantino como roteirista.

Desde então, o blog foi atacado por fãs do cineasta. Até agora, foram mais de 600 comentários, sem contar pelo menos 400 que não foram publicados, por conter apenas palavrões e xingamentos.

Quem escreve na internet já se acostumou ao clima de torcida organizada que toma conta de algumas discussões. Muitos comentários de leitores traziam argumentos absolutistas, como "Tarantino é um gênio" e "Quem é você para falar mal de Tarantino?".

QUESTIONAMENTOS

Alguns, no entanto, levantaram questionamentos interessantes sobre a crítica. Leitores disseram, com razão, que faroestes de Sergio Leone, diretor italiano que é um dos favoritos de Tarantino e grande inspiração de "Django Livre", também têm histórias simples.

Um comentário lembrou que "Django Livre" é o primeiro filme de Tarantino que não tem múltiplas histórias se cruzando, como em "Pulp Fiction" (1994), e que isso poderia dar a impressão de que o roteiro era mais simplório do que é na verdade.

Outros comentários eram, no meu entender, equivocados: um leitor escreveu que o filme "se nega a estetizar a violência", enquanto eu acredito que Tarantino baseou toda a carreira exatamente na estetização da violência.

Surpreendeu não só a quantidade de comentários, mas a virulência.

Quem escreve sobre música já sabe que alguns fãs são especialmente sensíveis, como os de Restart, Legião Urbana e Iron Maiden, por exemplo. Agora, Tarantino entrou na lista.

De qualquer forma, é muito bom perceber que os leitores ainda se importam tanto com cinema e seus diretores preferidos. Afinal, discutir filmes é quase tão bom quanto assisti-los.


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