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Berlim equilibra engajamento com filmes que rompem suas barreiras
Abrangendo bom número de filmografias, festival traz novos longas de diretores consagrados
Brasil é representado por "Você Nunca Disse Eu Te Amo", de Bruno Barreto, na mostra paralela Panorama
Na pré-lista dos nove indicados ao Oscar 2013, três filmes estrearam na competição oficial do Festival de Berlim de 2012. O número supera o de Cannes, que emplacou dois longas que disputavam a Palma de Ouro -sem contar o chileno "No", que fez parte da Quinzena dos Realizadores, mostra paralela do evento francês.
A importância da Berlinale continua inabalável em sua 63ª edição, que começa hoje e vai até o dia 17.
É um festival conhecido por sua diversidade de temas e engajamento social. No entanto, a direção de Dieter Kosslick está conseguindo unir o útil (poder de mudança) ao agradável (filmes que podem ultrapassar as barreiras do festival).
Não por acaso, Kosslick chamou o chinês Wong Kar-Wai para presidir o júri da mostra competitiva. Assim, convenceu o cineasta a estrear no festival "The Grandmaster", longa sobre o mestre de Bruce Lee no Ocidente.
A costumeira invasão americana tem um perfil diferente neste ano. Gus Van Sant ("Promised Land") e David Gordon Green ("Prince Avalanche") já tiveram seus filmes exibidos. O primeiro estreou nos EUA com péssima recepção e o segundo teve uma acolhida morna no Festival Sundance, em janeiro.
É difícil crer que Steven Soderbergh ("Terapia de Risco") possa levar o Urso de Ouro por um thriller sobre o perigo das drogas legais. O mesmo vale para "The Necessary Death of Charlie Countryman", do iniciante Fredrik Bond.
Mas a Berlinale 2013 abrange um bom número de filmografias. Exibe mais um filme do prolífico sul-coreano Hong Sang-soo ("Nobody's Daughter Haewon"), reforça a ascensão do cinema romeno ("Child's Pose") e mostra que o Chile é o país da moda com "Gloria", de Sebastián Lelio, único latino-americano na competição oficial.
Além disso, mantém a França como a grande produtora europeia de filmes, com seis produções entre as 19 escolhidas pela organização. Entre eles, "Camille Claudel 1915", com Juliette Binoche, e "Elle s'en va", protagonizado por Catherine Deneuve.
Fora da disputa pelo Urso de Ouro, o festival ainda traz novos filmes de diretores consagrados como Giuseppe Tornatore ("La Migliore Offerta") e Michael Winterbottom ("The Look of Love").
NACIONAIS
O principal representante do Brasil será "Você Nunca Disse Eu Te Amo", de Bruno Barreto, que mudou o título "Flores Raras" poucos dias antes da exibição no festival.
O drama fará parte da mostra paralela Panorama, que traz filmes com aspecto menos comercial e com temas mais diversificados.
O país está também à frente do novo filme do cultuado diretor e roteirista Noah Baumbach, que também será exibido na Panorama. "Frances Ha" foi inteiramente financiado pela RT Features, produtora brasileira.
Na seção Generation, para o público mais jovem, o Brasil compete com dois curtas: "O Pacote", de Rafael Aidar, e "O Caminhão do Meu Pai", de Maurício Osaki.