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Novo presidente busca consolidar Bienal

Eleito anteontem, Luis Terepins defende projetos de longo prazo para a instituição e reforço nas formas de captação

Empresário dos ramos têxtil e da construção civil, ele já iniciou a escolha do curador da próxima mostra

DO CRÍTICO DA FOLHA

O novo presidente da Fundação Bienal de São Paulo, o empresário Luis Terepins, 57, não é um estranho no ninho.

Eleito por unanimidade e empossado, anteontem, pelo conselho da fundação, ele foi membro das últimas duas diretorias da Bienal, encabeçadas por Heitor Martins, que se caracterizaram por sanar as dívidas da instituição e retomar sua importância nos cenários nacional e internacional.

Nesse sentido, Terepins vê seu mandato como um momento de consolidação.

"É preciso pensar não só na Bienal, mas na Fundação Bienal. O evento é importante, mas é essencial assegurar agora a governança e formas de captação."

Segundo o novo presidente, apesar dos avanços, "manter a instituição como um projeto de longo prazo ainda não está internalizado".

Para ele, "a estrutura da Bienal está funcionando, profissionalizada, mas é preciso melhorar processos internos, o que não se faz de um dia para o outro".

Colecionador de arte e empresário nos setores têxtil e da construção civil, Terepins já deu início ao processo de escolha do curador da 31ª Bienal, programada para 2014.

"Enviamos convites a curadores para apresentarem projetos, a partir de consulta a curadores, galeristas, conselheiros e membros da diretoria", conta.

A Folha apurou que um dos cinco convidados é o curador inglês Charles Esche, diretor do museu Van Abbe, na Holanda. O novo curador deve ser anunciado em abril.

ORÇAMENTO

Um dos desafios de Terepins é arrecadar cerca de R$ 22 milhões, orçamento da última Bienal, que deve ser atualizado para a próxima edição. "Precisamos mostrar a importância social da Bienal. Ainda tem gente que prefere patrocinar show para dois ou três clientes", diz.

O presidente também confirmou a realização de uma exposição sobre as participações brasileiras nas 30 Bienais já realizadas, com curadoria de Paulo Venâncio Filho, para o segundo semestre de 2013.

"Serão cerca de 120 artistas e 250 obras, que irão ocupar 10 mil m² do pavilhão", diz. Orçada em R$ 9 milhões, ainda a serem captados, a mostra intermediária entre as bienais terá entrada gratuita, ao contrário de "Em Nome dos Artistas", de 2011.

Antes, o primeiro evento a ser concretizado por Terepins é a representação brasileira na Bienal de Veneza, em junho próximo.

O curador Luis Pérez-Oramas, responsável pela 30ª Bienal, selecionou Odires Mlászho e Hélio Fervenza, que devem ser vistos ao lado de obras históricas de Lygia Clark, do italiano Bruno Munari e do suíço Max Bill.

"A Funarte está definindo o valor, mas não creio que teremos problemas", afirma. Há dois anos, atrasos na liberação da verba para Veneza quase inviabilizaram a representação brasileira.

Quanto aos 14 processos contra a Fundação Bienal no Ministério da Cultura (MinC), por mau uso de mais de R$ 30 milhões entre 1999 e 2006, que chegaram a bloquear as contas da instituição no ano passado, Terepins afirma que a solução não está distante.

"O MinC ter aprovado a captação para as itinerâncias da Bienal e a mostra intermediária já é um bom sinal. Todo mundo quer resolver isso, mas são mais de dez mil documentos, não dá para acertar tudo de uma vez só."

Anteontem também foi eleita a nova diretoria-executiva da instituição. Dois membros da gestão anterior continuam no comando da Bienal: o empresário Justo Werlang e o advogado Salo Kibrit.

Os novos membros são a empresária Flávia Buarque de Almeida e os economistas Mario Cunha Campos, Lídia Goldenstein e Rodrigo Bresser Pereira. (FABIO CYPRIANO)


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