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"Esperávamos índios, mas havia dança nas ruas"

DE SÃO PAULO

"Esperávamos encontrar índios, mas estava todo mundo dançando Carnaval nas ruas. As mulheres com pouca roupa. Parecia que tínhamos chegado a um bom país", lembra um sorridente Lim Kwan Taik, 85.

E é isso o que ele acha até hoje a respeito do Brasil. "Só gostaria que a imigração coreana começasse a ser contada a partir da nossa chegada. Nós chegamos em 1956, sete anos antes da imigração oficial!", exalta-se.

Engenheiro aposentado, Taik dedica-se atualmente a manter uma associação que reunia os sobreviventes que foram morar no exterior na ocasião.

Em uma lista escrita em caracteres coreanos, Taik mostra os nomes dos 50 soldados que vieram ao Brasil: 31 já mortos, 14 ainda vivos e 5 indefinidos, sem contato.

Dos 14 que foram para a Argentina, ele contabiliza dois vivos. Na Índia, apenas um.

BALA NA CABEÇA

De suas lembranças da Guerra da Coreia, conta ter visto muitos mortos dos dois lados. Liderou um batalhão de 3.000 norte-coreanos e matou norte-americanos, conta.

"Meu capacete ficou tão amassado com os tiros que não sei como não morri." Uma bala, entretanto, perfurou o metal e está até hoje alojada em sua cabeça. Ele faz questão de colocar a mão dos curiosos no calombo em seu cocuruto.

Ao chegar ao Brasil, Taik seguiu para Curitiba, onde se empregou como desenhista de máquinas. Nos anos 1970, foi contratado pela Ford em São Paulo. Lá, ele conta ter trabalhado nos projetos de carros como Maverick e Corcel. Aposentou-se em 1987.

Casou com uma japonesa, com quem vive até hoje. Tem um filho (hoje médico) e três netos.


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