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Opinião

Tedioso, Grammy premia artistas sem brilho

Festa da indústria fonográfica americana teve poucos momentos de emoção; pulverização das estatuetas deu o tom

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

A 55ª cerimônia de entrega do Grammy, mais importante prêmio da indústria fonográfica, demonstrou o estado lamentável da cena musical contemporânea.

Com poucas exceções, os troféus foram concedidos a artistas de pouco brilho e talento duvidoso. Que um grupo pop chinfrim como Fun. triunfe nas categorias revelação e música do ano ("We Are Young") diz muito.

O Grammy sempre privilegia discos e artistas que vendem bem, e não os de melhor qualidade. Isso explica as estatuetas concedidas a nomes como Gotye & Kimbra, dupla que levou o prêmio de gravação do ano, por "Somebody that I Used to Know", e ao grupo folk Mumford & Sons, disco do ano por "Babel".

Diferentemente do ano passado, quando a cantora Adele levou seis estatuetas e quase monopolizou a festa, desta vez não houve um grande destaque. Os principais concorrentes dividiram as categorias mais importantes.

O maior vencedor da noite, em número de prêmios, foi Dan Auerbach, do grupo de rock norte-americano Black Keys, que ganhou quatro estatuetas: três com a banda (melhor canção de rock, com "Lonely Boy", melhor disco de rock, com "El Camino", e melhor performance de rock) e uma como produtor do ano.

BOM HUMOR

Em 2013, o Grammy premiou 81 categorias. É tanto troféu que a cerimônia foi dividida em duas partes: a primeira, não televisionada, ocorreu na tarde de domingo em Los Angeles e distribuiu 70 estatuetas.

Nessa fase, Brian Wilson, líder do grupo de rock The Beach Boys, provocou risos ao fazer um discurso-relâmpago de agradecimento pelo Grammy de melhor caixa de CDs por "The Smile Sessions", que trouxe diversas versões de "Smile", disco clássico de sua banda.

"Gostaria de agradecer por esse prêmio. Sabia que estávamos à frente do nosso tempo em 1965, quando gravamos o disco", gracejou.

A cerimônia principal durou cerca de 3h30 e incluiu a entrega dos 11 prêmios principais. A audiência nos EUA ficou em torno de 28 milhões de pessoas, a segunda melhor dos últimos 20 anos. Foi um evento arrastado e tedioso, com shows constrangedores (Bruno Mars e Sting homenageando Bob Marley, coitado).

Houve poucos momentos de emoção. Nessa ala exígua, destacou-se o tributo a Levon Helm, do grupo The Band, morto recentemente, que contou com Elton John, T-Bone Burnett e Mavis Staple.

O pior da maratona foi a "volta" de Justin Timberlake, aplaudido de pé. A brasileira Luciana Souza, que disputava os troféus de álbum de jazz latino ("Duets III") e de álbum de jazz vocal ("The Book of Chet"), não foi premiada.


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