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CAROS AMIGOS

Parceiros de Chico Buarque, Francis Hime e Guinga lançam CD juntos

LUCAS NOBILE ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Uma parceria pode levar tempo para sair do papel. Às vezes, quase 40 anos, como é o caso da de Francis Hime, 73, com Guinga, 62, que lançam na próxima segunda-feira o disco "Francis e Guinga" em show no Theatro Net Rio.

O álbum, que reúne temas já gravados e inéditas, será apresentado em São Paulo ainda no primeiro semestre.

Foi no fim de 1975 que os dois se conheceram.

Guinga foi convidado de última hora por seu parceiro Paulo César Pinheiro para gravar violão na valsa "Ai Quem Me Dera", composta por Vinicius de Moraes para o disco "O Canto das Três Raças", de Clara Nunes.

"Eu nunca li cifra. O Francis, que cuidava dos arranjos, me chamou num canto e me passou os acordes. Nós nos encontramos ali, mas eu já conhecia a obra dele de antes", lembra Guinga.

"De antes", entenda-se 1964, quando Hime lançou seu primeiro disco, "Os Seis em Ponto". O álbum traz parceria com Vinicius de Moraes em "Sem Mais Adeus". Foi o atestado de que deveria largar a carreira de engenheiro.

O tempo passou e ambos se estabeleceram como dois dos principais compositores da música popular brasileira.

Hime lançou mais de 20 discos, fez arranjos para nomes consagrados e compôs com Chico Buarque, Ruy Guerra, Paulo César Pinheiro e Edu Lobo, entre outros.

Já Guinga teve como principais parceiros Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc. Seus temas foram gravados por gente como Elis Regina, Cauby Peixoto, MPB4, Leila Pinheiro. Compôs, ainda, uma canção com Chico Buarque: "Você, Você".

"Essa música entraria no disco, mas ficou de fora. Precisaríamos de um álbum duplo", conta Hime. "O Chico podia ficar com inveja, achar que eu estava roubando o parceiro dele", brinca Guinga.

EMENDAS

O repertório de "Francis e Guinga" traz interpretações apenas dos dois, sem banda.

Na lista, "Mar de Maracanã" (Guinga e Edu Kneip), "Saudade de Amar" (Francis e Vinicius) e as inéditas "A Ver Navios" (Guinga, Francis e Olivia Hime) e "Doentia" (dos dois com Thiago Amud).

"No 'Bem Amigos', Francis e Olivia tocaram 'Saudade de Amar', que eu não conhecia. Passei a madrugada ouvindo a música", diz Guinga. "'Mar de Maracanã' não ficou atrás. Não tirei a faixa da vitrola", conta Hime.

No restante do álbum é que aparece o diferencial: músicas em dupla, uma de cada compositor, emendadas.

Nessa linha estão os pares "Cambono" (inédita de Guinga com Amud) e "Anoiteceu" (Francis e Vinicius), "Nem Mais um Pio" (Guinga e Sérgio Natureza) e "Passaredo" (Francis e Chico), "A Noiva da Cidade" (Francis e Chico) e "Senhorinha" (Guinga e Paulo César Pinheiro).

Ainda há espaço para "Saci" (Guinga e Pinheiro) e "Parintintim" (Francis e Olivia), "Porto de Araújo" (Guinga e Pinheiro) e "Desacalanto" (Francis e Olivia) e "Noturna" (Guinga e Pinheiro) e "Minha" (Francis e Ruy Guerra).

"As emendas foram feitas pelo Francis. Ele é o rei das introduções. Para mim, a introdução de 'Passaredo' é a mais bonita da música brasileira", diz Guinga.


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