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Passarelas de Milão trazem encontro entre Itália e Ásia

Drama e tradição do país prevalecem em roupas; peles visam a agradar as orientais

Dolce & Gabbana, inspirada em mosaicos bizantinos da Sicília, produziu imagens mais fortes da estação

DA ENVIADA ESPECIAL A MILÃO

O batalhão de damas de vermelho que encerrou o desfile da Dolce & Gabbana foi a imagem mais forte da semana de moda de Milão.

Pareciam versão fashion e brilhante do conclave que elegerá o papa e anunciam que, ao menos no estilo italiano, quem volta a reinar nas roupas são dois velhos conhecidos: o drama e a tradição.

Sim, há a crise. Sim, em todos os desfiles é possível ver tentativas de conversar com mercados orientais. Porém, algo mudou.

Numa metáfora culinária, na temporada passada os designers italianos tentaram fazer yakisoba para agradar consumidoras. Agora, pensaram: se elas gostam de massa, vamos mostrar o ponto em que a massa oriental encontra a italiana.

A Prada é ótimo exemplo. A coleção passada era literalmente oriental, com origamis, quimonos e chinelos de plataforma. Desta vez, há um certo japonismo nos cortes e na simplicidade e textura de alguns tecidos, mas a Itália ferve nas modelagens com ombros à mostra.

São vestidos pretos e ombros de Sophia Loren ou Monica Vitti. Roupas em que o luxo das divas encontra o passado operário do país. As modelos desfilaram de cabelos molhados, com cara de mulheres que tinham acordado atrasadas depois de uma escapada de amor, com roupas desarrumadas pela vida e, por isso, mais belas que a elegância de vitrine.

A Dolce & Gabbana buscou o lado oriental da Itália. De igrejas da Sicília veio a inspiração de mosaicos bizantinos, tema da coleção. As roupas são a apoteose do ornamento. A estética religiosa, vaticano-chic, em todo seu poder.

Na Versace, um certo pop Harajuku encontrou a Itália dos anos 1990. Punk-desbunde, festeiro, patricinhas de topete e botas de caubói. A Milão de festas regadas a champagne, loucurinhas e sexo.

Isso para não falar da tradição das peles e couros de Fendi e Gucci, obsessão de chinesas, russas e vizinhas. Hits e tendências absolutas em plena "era verde".

Um glamuroso e inspirador matrimônio à italiana de olho nos "negócios da China".


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