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Crítica Aventura

Com muitas situações batidas, filme é coleção de equívocos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Premiação em festival nunca foi um critério confiável para definir qualidade. Muitas vezes premia-se um filme pelos motivos errados: tema nobre, intenção positiva, ou algum outro critério extracinematográfico.

Vejam o caso do mediano "Argo", contemplado agora com o Oscar de melhor filme. É mais um exemplo de uma longa lista de premiações insossas de Hollywood.

O certo é que hoje em dia, com o enfraquecimento da crítica de arte (o que inclui a crítica cinematográfica) e a ausência de maiores questionamentos a respeito das obras, temos um descompasso ainda maior entre alguns filmes celebrados em festivais e o que representam na história do cinema.

É o caso de "Colegas", grande premiado do último Festival de Gramado, que agora estreia nos cinemas.

No filme, jovens com síndrome de Down escapam do instituto onde vivem para iniciar um périplo com aventuras dignas de personagens de Tarantino.

Viajam a bordo de um carro vermelho conversível semelhante ao usado em "Thelma & Louise", famoso filme de Ridley Scott.

Quase tudo em "Colegas" remete, por sinal, ao mundo do cinema. Há citações nos créditos iniciais, que imitam filmes famosos, e também nas falas dos personagens. As referências são tantas que existe até uma enorme lista com elas no fim.

O protagonista, por exemplo, chama-se Stallone, e o pai (visto apenas em flashback) se veste como Rambo, com cabelo comprido e uma faixa vermelha na testa.

Mas o filme é também uma coleção de equívocos. A narração extremamente adocicada de Lima Duarte imprime o tom de fábula, enquanto o comportamento dos personagens e os diálogos refletem a realidade das ruas.

Essa indecisão prejudica o desenvolvimento da trama, pois o tom fabular sabota a crítica à mídia e às instituições que o filme por vezes procura.

"Colegas" ainda tem muitas situações batidas do cinema de ação, como se a simples exploração dessas situações, com a inclusão de pessoas com síndrome de Down no mundo glamoroso do cinema, fosse o suficiente para se fazer um bom filme. Não é.


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