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Relação de Richard Burton e Elizabeth Taylor volta à mídia

Lançamento de dois telefilmes e dos diários do ator galês renova interesse pelo "casamento do século"

Eles estiveram casados entre 1964 e 1974; após separação, voltaram a viver juntos por mais um ano, de 1975 a 1976

FRANCISCO QUINTEIRO PIRES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

O relacionamento do ator galês Richard Burton (1925-1984) e da atriz americana Elizabeth Taylor (1932-2011), que foram casados por dois períodis (1964-74 e 1975-76), é alvo de obsessão renovada. Dois filmes produzidos para a televisão e o lançamento recente dos diários de Burton trazem à tona detalhes de um amor que causou escândalo.

No mês passado, a BBC anunciou a produção de "Burton and Taylor". Dirigido por Richard Laxton, o longa-metragem trata do fracasso da peça "Private Lives", do dramaturgo inglês Noël Coward, em 1983.

No telefilme inglês, Helena Bonham Carter (de "O Discurso do Rei") e Dominic West (da série "The Wire") encarnam as duas estrelas. Considerado o retorno profissional do casal, a montagem de "Private Lives" permaneceu apenas três meses em cartaz na Broadway, em 1983.

Exibido pelo canal Lifetime e disponível na Amazon a partir de maio, "Liz & Dick" recebeu críticas ao suavizar o relacionamento entre Taylor (Lindsay Lohan) e Burton (Grant Bowler). "O casamento do século", expressão usada pelos tabloides da época, não foi feliz.

"A convivência era frustrante, turbulenta, marcada pelo ciúme. Mesmo assim, Burton manteve a amizade com Taylor até morrer, em 1984", diz Chris Williams, professor da Universidade Swansea, no País de Gales.

Williams editou e lançou, em outubro de 2012, "The Richard Burton Diaries" (Yale University Press), volume que reúne os diários do ator galês escritos de maneira intermitente entre 1939, quando ainda era um adolescente, e 1983, um ano antes de sua morte.

INTELECTUAL DEDICADO

"Burton revela-se incrivelmente honesto e despretensioso", diz o editor. "O seu interesse pela literatura sobressai", diz Williams. É essa imagem de um intelectual dedicado, contida nos diários, que Maria Burton McKeown, filha adotiva dos dois atores, espera que prevaleça.

"Já se escreveu muito sobre as vulnerabilidades do meu pai. É preciso falar de qualidades que não transformam livros em best sellers", diz McKeown.

Ele é o responsável por inaugurar hoje uma estrela póstuma de Richard Burton na Calçada da Fama, em Hollywood, colocada ao lado da de Elizabeth Taylor.

Nos seus escritos, Burton mais elogiou do que destratou Taylor, a terceira de suas quatro mulheres. "Às vezes, amo tanto essa mulher que não posso acreditar na minha sorte", declarou.

Essa e outras afirmações são suspeitas, uma vez que Taylor tinha acesso e lia os diários. Burton mostrou traços de mágoa apenas em 1983,

sete anos depois do segundo divórcio. "Era a fase dos ensaios para 'Private Lives' e, nesse momento, surge uma descrição cruel de Taylor", diz Williams.

Em março de 1983, o ator escreveu: "ET ainda bebendo. Vinho apenas, ela diz. Não pode nem ler as falas direito. Estes vão ser sete meses longos. ET começando a chatear, o que eu não pensava ser possível em todos esses anos. Como o tempo é terrível".

Burton morreria dali a um ano e meio com um organismo abalado por décadas de orgias etílicas.

PARCEIROS NO ÁLCOOL

"Ele era um homem que aproveitava melhor a vida com um copo na mão. Mesmo enquanto trabalhava, mantinha a bebida por perto", diz Robert Sellers, autor de "Hellraisers, The Life and Inebriated Times of Richard Burton, Richard Harris, Peter O'Toole and Oliver Reed" (2008). A biografia retrata os atores, famosos também pelo consumo excessivo de álcool.

Para Nancy Schoenberger, autora, com Sam Kashner, de "Furious Love: Elizabeth Taylor, Richard Burton, and the Marriage of the Century" (Harper Perennial, 2011) (Amor Furioso: Elizabeth Taylor, Richard Burton e o Casamento do Século), Burton encontrou em Taylor uma parceira de bebida. "O álcool deu ignição ao casamento e manteve-o por uma década."

Os atores tornaram-se amantes em 1963, durante as filmagens de "Cleópatra", o primeiro de 12 filmes em que contracenaram. Como eram adúlteros, a relação foi chamada de "Le Scandale" e condenada pelo Vaticano.

"O casamento deles foi o primeiro reality show da história", diz Schoenberger. "Ao desafiarem estritas normas sociais, eles fizeram o próprio mito crescer."


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