Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Semana de Paris começa com "pronto-para-engolir"

Balenciaga, Dior e H&M apresentaram coleções

VIVIAN WHITEMAN ENVIADA A PARIS

Considerações sobre o luxo acessível deram o tom dos desfiles nos primeiros dias da semana de moda de Paris.

De um lado, grandes maisons, como a Dior e a Balenciaga, transformam sua imagem em algo mais palatável e fácil de ser apreciado pelo maior número de olhares possível. De outro, a estreia da cadeia de fast fashion H&M, apresentando sua linha mais sofisticada num megadesfile no Museu Rodin.

Ontem, Raf Simons, diretor criativo da Dior, manteve os pés da marca firmes no caminho dos negócios, já que ela está crescendo nos mercados emergentes. Isso quer dizer deixar as silhuetas clássicas da grife mais modernas e encaixá-las nas necessidades imediatas e nos gostos das novas clientes.

Terninhos, casacos, jaquetas, tudo bem cortado e fácil. Na linha festa, volumes tradicionais, brilhos, glamour. Vestidos e túnicas de tricô belíssimos. A "ousadia" ficou por conta de estampas e bordados inspirados em desenhos antigos de Andy Warhol e no surrealismo. Nada demais, apenas um pouco de enfeite. Tudo mastigadinho, como manda o momento.

Essa ideia de "pronto-para-engolir" é um mandamento que vem ganhando força no "prêt-à-porter". Os shows podem ser grandiosos, mas, em geral, as peças têm de ser autoexplicativas, no sentido de ficar bem claro para a consumidora que 90% do que se vê na passarela é chique, luxuoso e usável.

O estilista Alexander Wang fez seu primeiro desfile à frente da Balenciaga. Ao contrário de seu antecessor, Nicolas Ghesquière, Wang é pragmático e tem uma visão de elegância muito focada na consumidora "comum".

Ele manteve a beleza da modelagem minimalista, investiu na riqueza dos materiais e numa cartela neutra de cores. Bingo. Infelizmente, não tem o brilho criativo e o repertório pop e intelectual de Ghesquière.

Essa ideia pode ser traduzida de várias formas. A Lanvin, por exemplo, investiu em vestidos de formas clássicas com decoração bizarra. As moças da grife pareciam bruxinhas ricas saídas de uma balada "dark" na floresta, como manda a tendência.

Enquanto isso, na passarela da H&M, o cenário reproduzia os cômodos de uma casa. Com a brasileira Isabeli Fontana na passarela, a "maison popular" deu uma festa de arromba pós-desfile e se recuperou de sua primeira tentativa de divulgar a porção luxo da rede: a patética aparição de Helen Hunt no Oscar com um vestido H&M feioso e todo amassado.

Além do requebrado de Isabeli, a semana teve mais um tempero de Brasil: Nicola Formichetti, stylist de Lady Gaga, inspirou-se em Brasília na coleção que assina para a Mugler. Mulheres embaladas em cinza-concreto. Niemeyer talvez curtisse isso.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página