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Crítica / Soul

Disco apresenta um recorte fundamental da obra de Tim

RODRIGO LEVINO EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Mais de dez anos depois de iniciar os esforços para lançar uma coletânea de Tim Maia nos EUA, a Luaka Bop calhou de fazê-lo (quando enfim resolveu as pendências com os familiares do cantor) no ano em que ele completaria 70 anos, no final de 2012.

O disco, que ganhou uma edição caprichada -o vinil é uma joia: duplo, cada LP pesa 180 gramas, com belos encarte e capa- é mais do que um simples tributo.

Tiradas de discos gravados entre 1971 e 1978, as 15 canções são, sem perder pontos pelo caráter "para exportação" (afinal, a intenção é apresentá-lo), um recorte fundamental da obra do cantor que introduziu o soul, o funk e o R&B na música brasileira.

Seis do total contemplam o período em que esteve ligado à seita Cultura Racional, quando os arranjos vigorosos de metais, as linhas de baixo que impregnam o ouvido e a voz potente de Tim Maia entoavam temas de confraternização universal.

Estão lá "Que Beleza", "Bom Senso" e "Rational Culture", por exemplo.

Além de tanto, há uma versão raríssima de "Do Leme ao Pontal", lançada como single pela Seroma, a antiga gravadora de Tim, sem o famoso "tomo guaraná, suco de caju, goiabada para sobremesa".

Ou, ainda, gemas que merecem ser redescobertas, como "Where Is My Other Half", com introdução à la Bill Withers, acompanhado apenas de violão e harmônica.

No detalhe, há um Tim emulando o sotaque nova-iorquino (é divertida a pronúncia em "Over Again", quando "news" vira "nuus"), e talentoso ao verter os elementos de soul para a música brasileira.

É verdade que, ao focar no soul, perdeu-se a chance de mostrar aos americanos o Tim da "disco music" de logo adiante. Uma lacuna a ser preenchida.

Mas, por agora, importa mais ele afiadíssimo cantando "I am so groovy now / And I don't care".


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